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Polícia

De vítima a refém: sequestro em Campo Grande rende alerta sobre perigo de confrontar criminosos

Vítima teria marcado um encontro com um dos suspeitos a fim de reaver o veículo, mas acabou rendida e levada pelo grupo
Lívia Bezerra -
Imagem Ilustrativa. (Reprodução: Freepik)

O caso do proprietário da motocicleta que tentou recuperar o veículo furtado e foi levado por bandidos, em Campo Grande, acende um alerta sobre os perigos de fazer justiça com as próprias mãos. Isso porque a vítima teria marcado um encontro com um dos suspeitos a fim de reaver o veículo, mas acabou rendida e levada pelo grupo. Mas, vale o risco?

Segundo o delegado Francis Freire, titular da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), o suposto encontro que os criminosos tentam marcar com a vítima são uma armadilha preparada por eles. “O principal risco é ser vítima novamente — muitos criminosos se passam por intermediários e marcam encontros apenas para roubar dinheiro ou o veículo usado na busca”, explica.

Muitas vezes, o pensamento da vítima que teve o pertence furtado ou roubado é de fazer justiça com as próprias mãos, como o caso ocorrido na Capital. A vítima divulgou o furto nas redes sociais e recebeu ligações de pessoas que diziam saber a localização da motocicleta e ofereciam dinheiro. Então, o homem combinou um encontro, foi até os criminosos, mas acabou sendo colocado e um carro e abandonado próximo à saída para .

Entretanto, a orientação é o contrário. “Nenhum bem material vale a vida. Ao tentar negociar diretamente com criminosos, a pessoa se expõe a sérios riscos de , , agressão e até morte”, ressalta Francis.

No caso ocorrido em Campo Grande, a vítima registrou boletim de ocorrência, mas o ideal era aguardar os procedimentos adotados pela polícia. O delegado explica que o ato de ir atrás dos bandidos pode, inclusive, atrapalhar as investigações e colocar outras pessoas em risco.

Após o registro do boletim de ocorrência na delegacia, seja presencial ou on-line, o caso é encaminhado para uma unidade responsável pela investigação, como a Defurv ou outra especializada. “A partir daí, são feitas diligências, cruzamento de dados, análise de imagens e pedidos de perícia para tentar localizar o veículo e identificar os autores”, esclarece o titular da especializada.

Mas, o que fazer em caso de item furtado ou roubado? De acordo com o delegado, a vítima deve procurar a Polícia Civil ou a PM (Polícia Militar) através do 190. Em seguida, seguir as seguintes orientações:

  • Registre o boletim de ocorrência imediatamente;
  • Não vá atrás do veículo sozinho;
  • Não envie dinheiro, nem combine encontros;
  • Guarde prints, mensagens e contatos suspeitos e entregue tudo à polícia;
  • Se o veículo tiver rastreador, informe a empresa e as autoridades, sem agir por conta própria;
  • Evite divulgar em redes sociais com informações pessoais ou promessas de recompensa.

Outro ponto ressaltado pelo delegado é o desespero. É comum que as vítimas entrem em desespero após ter um bem material furtado e é neste momento que os golpistas se aproveitam da situação. Então, na dúvida entre divulgar nas redes sociais ou não, saiba que isso facilita a ação dos criminosos.

“Confie apenas nos canais oficiais de comunicação e mantenha a calma — agir com prudência é o melhor caminho para preservar a vida e ajudar na elucidação do crime”, conclui Francis.

Bandido exigiu R$ 1 mil para devolver motocicleta

A ação criminosa aconteceu na noite do último sábado (4), mas a vítima só registrou o boletim de ocorrência na tarde de terça-feira (7). Na delegacia, o homem explicou que havia deixado a moto estacionada em frente a um restaurante na sexta-feira (3), quando ela foi furtada.

Após registrar o furto, ele divulgou o caso nas redes sociais. Pouco tempo depois, recebeu diversas ligações de pessoas que diziam saber onde a moto estava. Um dos contatos exigiu R$ 1 mil para devolver o veículo.

O homem combinou de pagar o valor somente após confirmar a localização da moto. Ele foi até o bairro Los Angeles, próximo a um campo de futebol, onde marcou o encontro com o suposto informante.

Ao chegar ao local, um homem a pé o abordou. Em seguida, dois suspeitos chegaram em uma moto preta e exigiram o pagamento. A vítima explicou que tinha apenas R$ 300 em dinheiro e que precisaria sacar o restante em sua agência bancária, em Sidrolândia.

Os suspeitos se irritaram, cobriram a cabeça da vítima com um saco preto e o colocaram dentro do carro. Enquanto circulavam com o veículo, ameaçaram matá-lo. Horas depois, abandonaram o homem e o carro próximo à saída para Sidrolândia.

Antes de fugir, os criminosos roubaram uma bicicleta nova e uma sacola com roupas — presentes que estavam guardados no carro. 

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