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Polícia

‘Vai esperar morrer?’, dizia irmão ao ver Mirielle ser agredida sem denunciar ex-marido

Equipe do Jornal Midiamax está na cidade nesta segunda-feira (24) e ouviu diversos relatos de familiares da vítima
Graziela Rezende, Lívia Bezerra -
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Jovem morreu neste sábado (Foto: Reprodução Facebook)

O irmão de Mirielle dos Santos – assassinada pelo ex-marido – tentou alertar a empresária diversas vezes antes do feminicídio na madrugada do último sábado (22) em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande. 

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Em contato com a equipe de reportagem do Jornal Midiamax, que está em Água Clara desde a manhã desta segunda-feira (24), familiares da empresária relataram vários episódios de agressões sofridos por ela.

No local, todos estão muito abalados pela perda de Mirielle, que foi assassinada aos 26 anos. O irmão caçula da empresária é o que mais tinha convívio com ela e pedia que denunciasse o ex-marido à polícia.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o rapaz, de 20 anos, ficou emocionado ao se lembrar da irmã. Ele lembrou o episódio em que o ex-marido de Mirielle invadiu a casa dela e teria quebrado a porta, vasos de plantas, entre outros pertences. 

Após a invasão, ele passou a alertar a irmã por diversas vezes para denunciar o ex-marido, mas ela não denunciou. Cansado de vê-la com hematomas, decidiu ir sozinho até a Delegacia de Polícia Civil de Água Clara para fazer uma denúncia. 

Porém, o irmão ouviu que a denúncia só poderia ser feita pela própria vítima. “Eu falava para ela ‘você vai esperar morrer? acontecer algo mais grave?”, relatou ao Jornal Midiamax.

Familiares em frente à delegacia de Água Clara. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Mirielle não denunciava ex-marido à polícia por carinho com a sogra

Mirielle é a 4ª vítima de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025. Muito abalada, uma das primas da vítima disse que ela era agredida, ameaçada e tinha o psicológico destruído pelo ex-marido por diversas vezes. “Ele deu um um soco no olho dela, que ficou roxo e quase a deixou cega”, relatou uma das familiares. 

Em seguida, a familiar contou que quando questionava Mirielle sobre denunciar o ex-marido, a mesma lhe respondia que tinha muito carinho pela sogra. “Ela tinha muita dó da sogra, porque ela era uma pessoa boa e não merecia, o tempo todo ela falava isso. Tinha muita dó, porque ela gostava da sogra. 

Duas semanas antes de feminicídio, ex invadiu casa e quebrou tudo

Duas semanas antes de matar a empresária Mirielle, Fausto teria invadido a residência da ex-mulher e quebrado a porta, vasos de plantas entre outros pertences da vítima. Imagens gravadas por celular mostram a situação da casa, depois que o suspeito deixou o local.

O vídeo foi gravado pela tia de Mirielle, Marina Francisca da Silva, de 51 anos. Segundo ela, a invasão aconteceu no último dia 7, duas semanas antes de Fausto matar a vítima a tiros durante uma discussão.

“Ela estava na minha casa quando ele ligou. Ela saiu atrás dele e eu fui logo em seguida para ela não perceber. A gente já estava cuidando há algum tempo porque tínhamos medo do que poderia acontecer”, explica.

Feminicídio

A empresária Mirielle Santos, de 26 anos, foi morta a tiros no último sábado (22), em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande. O suspeito do crime é o ex-marido da vítima. Este é o quarto feminicídio registrado em Mato Grosso dom Sul, em 2025.

Conforme o boletim de ocorrência, o irmão da vítima disse que estava na casa do suspeito quando Mirielle chegou ao local. O casal começou a discutir e entrou em um quarto. Em seguida as testemunhas ouviram barulhos de disparos de arma de fogo.

Segundo as informações, o irmão da vítima entrou na casa e encontrou Mirielle ferida.
Ele contou ainda que levou a irmã para o carro do suspeito e eles seguiram para o hospital.

Depois de deixar o cunhado e a namorada na unidade hospitalar, o suspeito fugiu. Em diligências na casa do autor, policiais encontraram um pote plástico com várias munições de calibre .22 intactas.

No quarto, onde ocorreu o crime, foi encontrado um revolver calibre .38 municiado com seis cartuchos, sendo três deflagrados e os demais intactos. O carro do suspeito, uma caminhonete, foi abandonada no hospital.

À reportagem do Jornal Midiamax, o advogado Marcos Ivan Silva, que defende o suspeito, alega que houve um acidente e tenta livrar o cliente do flagrante.

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