“Chegou ao ponto que tive de mudar de estado para me sentir segura”, disse a jovem de 24 anos, ao Midiamax na manhã desta quarta-feira (16). Ela foi vítima de tentativa de feminicídio por duas vezes, sendo uma no dia 12 de junho e outra no dia 16 de junho deste ano.
A jovem, que terá o nome preservado, relatou o terror que sofreu nos dois anos de relacionamento com o autor. Mas nem sempre foi assim, já que no começo o homem era carinhoso, mas depois a atenção passou a virar possessividade e ciúmes.
Para o Midiamax, a jovem disse que era proibida de ver família, amigos, estudar, trabalhar, e que as violências contra ela começaram com ameaças psicológicas para depois evoluir para as agressões físicas.
Além de todas as violências sofridas, ela ainda descobriu que o namorado a estava traindo com uma funcionária que trabalhava em sua casa. O homem chegou a ser preso por tráfico e, conforme a vítima, ele passou a fazer ameaças de dentro do presídio.
Quando saiu da cadeia, ele ainda chegou a morar com a vítima por um tempo, mas no dia 9 de maio deste ano ela colocou um ponto final no relacionamento. Vários móveis e objetos da casa foram quebrados pelo autor, e rastros de sangue ficaram pela casa devido às agressões sofridas pela jovem.
Tentativa de feminicídio no Dia dos Namorados
A jovem relatou que mesmo separada ao autor, no Dia dos Namorados, ele pediu para que ela passasse a data com ele, já que ela havia saído de casa para morar com o irmão após as agressões. “Neste dia foi Deus que me tirou de lá, ele ia me matar a facadas”, revelou.
Na madrugada do dia 13 de junho, ela foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para pedir medidas protetivas contra ele. E, neste mesmo dia, o autor tentou matá-la novamente a tiros.
‘Tive de fugir’
Para se sentir segura, a jovem contou que teve de sair de Mato Grosso do Sul. “Saí com a roupa do corpo, meu carro e R$ 500. Deixei tudo para trás”, falou.
A jovem está na casa de uma amiga em outro estado, que não será revelado para a sua segurança. “Nunca passei por isso”, disse a jovem que vive com medo e assustada. Hoje, ela tenta refazer sua vida e o caso está em segredo de Justiça.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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