Servidora pública estadual, de 35 anos, e um policial aposentado, de 57, tentaram dar uma ‘carteirada’ na PM (Polícia Militar), em Terenos, a 17 quilômetros de Campo Grande. A servidora e o policial são pai e filha, que acabaram presos na noite desse sábado (4).
Segundo o boletim de ocorrência, a PM realizava patrulhamento ostensivo pelas imediações de um residencial, quando um motociclista notou a viatura e passou a trafegar com maior velocidade. Ao ser acompanhado, o motociclista começou a andar em zigue-zague, até que parou em uma casa de eventos, onde estava ocorrendo uma festa.
Logo que o condutor parou na casa de festas, os policiais constataram que a motocicleta estava com várias irregularidades e observaram que três carros estavam estacionados de forma irregular no local. Assim, o condutor e o dono de um dos carros foram identificados e os militares constataram que um deles, de 30 anos, estava com mandado de prisão em aberto. Então, ele foi colocado na viatura para ser encaminhado para a delegacia.
Servidora se exaltou ao ver amigo sendo preso
Entretanto, durante a condução do suspeito à viatura, uma mulher saiu de dentro da casa de festas de forma exaltada e proferindo xingamentos contra os policiais. Na ocasião, a mulher estava com uma garrafa de cerveja na mão e teria mencionado que os policiais estavam cientes de que ela era servidora pública. Ela exigiu que soltassem o amigo e os policiais pediram que se afastasse, mas a mulher não acatou.
Ainda conforme o registro policial, a servidora apresentou resistência e teria chutado o compartimento de presos para impedir que fosse colocada na viatura da PM. Aos militares, a mesma disse que chamaria seu pai — um policial militar — para impedir a condução do colega à delegacia.
De acordo com o Diário Oficial do órgão estadual, a mulher foi nomeada para cargo de provimento em Comissão de Assessor, em janeiro deste ano.
Policial negou apresentar identidade funcional à PM
Em seguida, o pai da servidora saiu da casa de festas e passou a questionar o motivo da detenção da filha, momento em que os policiais explicaram a situação, mas ele desconsiderou. Logo, ele exigiu que a filha fosse liberada — sob alegação de ser policial militar —, pois afirmou que a mulher não teria feito nada.
Diante da alegação, a equipe pediu a apresentação da identidade funcional, mas o homem falou que não era obrigado a apresentar a documentação e afirmou ser Oficial da PM. Logo, ele alegou que só iria se identificar a outro oficial superior a ele.
Segundo o registro policial, a todo momento, o homem se recusava a apresentar documentação para intimidar os militares. Frases como “deve ter entrado ontem na polícia”, “você é um despreparado, fazendo isso, acha que pode prender um oficial?!”, teriam sido ditas pelo policial.
Diante da recusa do homem, a equipe entrou em contato com o comandante da corporação em Terenos, momento que o policial ouviu a ligação telefônica e foi até o carro pegar um documento. Nisso, foi ordenado que o policial se afastasse do carro, mas ele continuou desobedecendo e precisou ser colocado na viatura.
Esposa serviu tereré ao policial durante abordagem
Durante a abordagem, a esposa do policial — identificada como sargento da PMMS — estava servindo tereré ao companheiro, mesmo após os militares pedirem que o homem se afastasse do carro do casal. Na ocasião, a militar teria sido flagrada em ligação com uma pessoa afirmando que precisava da presença de um Corregedor da Polícia Militar no local.
Diante dos fatos, os envolvidos foram encaminhados para uma unidade de saúde, onde o policial apresentou seu documento de identificação aos profissionais. Com isso, ele foi identificado e a equipe constatou que se tratava de um 2º tenente da PMMS na inatividade.
Ainda na unidade de saúde, a esposa do policial teria dito à equipe médica que seus familiares não haviam feito nada e alegado que a atuação da PM teria sido ilegal.
‘Vocês querem guerra, terão guerra’, ameaçou servidora pública
Da maca e aguardando atendimento médico no posto de saúde, a filha do policial ameaçou novamente os militares com a seguinte frase: “vocês querem guerra, terão guerra, vão se ferrar, são uns malditos”, segundo o boletim de ocorrência.
Em seguida, o policial também teria debochado e comentado com a filha que a PM seria uma vergonha, acrescentando que se estivesse passado em um posto da PRF (Policial Rodoviário Federal), a ação não teria ocorrido.
O policial, a servidora e o colega com mandado em aberto foram presos e encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil de Terenos. Na unidade policial, pai e filha continuaram conversando e a mulher mencionou que tinha um cachorro da raça pinscher que era ‘nervoso igual a esses cachorros da polícia’.
Questionado pela filha se sentia falta de fazer escoltas, o policial desacatou novamente a equipe da PM. “Sinto vergonha dessa polícia”.
Diante dos fatos, o Jornal Midiamax acionou o órgão público estadual sobre a conduta da servidora e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
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