A Receita Federal e a Polícia Federal divulgaram, nesta terça-feira (3), o balanço parcial da Operação Ligação Familiar, que investiga esquema de comércio ilegal de iPhones e outros eletrônicos em Mato Grosso do Sul.
Segundo os órgãos, foram apreendidas mercadorias estrangeiras avaliadas em aproximadamente R$ 400 mil, sendo em sua maioria smartphones de alto valor.
Apesar da apreensão significativa, não houve registro de prisões durante a ação. A Receita informou ainda que outros bens foram recolhidos, mas o detalhamento desses itens apenas será divulgado após a consolidação das informações da procedência e conformidade pela Polícia Federal.
A operação teve como alvos estabelecimentos e residências em Campo Grande e em Ribas do Rio Pardo, onde atuaria um grupo formado por amigos e familiares envolvidos na comercialização irregular de aparelhos eletrônicos.
Enriquecimento ilícito
De acordo com a investigação, os empresários investigados teriam criado empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao comércio das mercadorias. Foram identificadas notas fiscais frias e movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada, além de suspeitas de enriquecimento ilícito.
Entre janeiro de 2020 e abril de 2025, essas empresas teriam emitido mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas, movimentando cerca de R$ 290 milhões em operações bancárias. Durante os mandados, também foram encontrados joias, relógios e uma pistola devidamente registrada.
Segundo a Receita, 14 auditores-fiscais, 29 analistas-tributários e 29 policiais federais participaram do cumprimento dos 10 mandados de busca e apreensão. Os investigados poderão responder por descaminho e lavagem de dinheiro.
A defesa de alguns dos empresários alvos da operação negou irregularidades e afirmou que as lojas estão colaborando com as autoridades. Em nota, advogados disseram que as mercadorias encontradas nos estabelecimentos possuem notas fiscais e que as empresas atuam “dentro da legalidade”.