A Polícia Civil de Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande, divulgou o cartaz de procurado de Carlos Alberto da Silva, de 38 anos, acusado de matar a tiros a esposa, Andrea Ferreira, de 40 anos, no domingo (12), após uma discussão.
Foi divulgado um número para quem tiver informações de Carlos: (67) 99621-3413. O anonimato é garantido. Andrea foi assassinada a tiros após uma discussão na volta para casa, depois de o casal voltar de um terço.
De acordo com o boletim de ocorrência, Andrea já havia denunciado o marido à polícia duas vezes, sendo uma em 2023 e outra em 2024. Nesse domingo (12), foi constatado que a vítima reatou o relacionamento com Carlos há duas semanas.
Na residência do casal, durante as buscas, os policiais encontraram uma botina do acusado com uma porção de cocaína, balança de precisão e plásticos vazios. Aos policiais, foi relatado que a droga e a arma usada no crime seriam de um colega do suspeito, já que Carlos vendia drogas para o homem. No entanto, a arma não foi encontrada, visto que o suspeito fugiu em posse dela.
Adolescente tentou salvar a mãe, vítima de feminicídio
O casal estava participando de um terço festivo, quando discutiu e decidiu ir embora para a casa, no bairro Cohab II. Já na residência, a briga continuou e Carlos teria atirado duas vezes contra a companheira. Andrea foi atingida com um tiro no pescoço e outro na nuca.
Após os tiros efetuados pelo marido da vítima, a filha dela — uma adolescente que presenciou o feminicídio — teria tentado estancar o sangue de Andrea. Diante dos ferimentos, Andrea foi socorrida e encaminhada ao hospital de Bandeirantes, mas não resistiu.
Segundo publicado pelo site local Idest, a PM (Polícia Militar) foi acionada, mas, ao chegar ao local, o acusado já havia fugido. Na residência do casal, os militares encontraram o carro de Carlos danificado, pois a vítima teria quebrado o vidro traseiro, furado os pneus e arremessado pedras contra o veículo — um HB20 preto. Recentemente, o acusado havia denunciado a companheira por dano ao mesmo veículo.
Além disso, havia uma poça de sangue no imóvel, uma faca e pedras.
Andrea Ferreira foi a segunda mulher assassinada pelo marido, em três dias, no Estado de Mato Grosso do Sul. Ela é a 30ª vítima de feminicídio, somente neste ano de 2025. Na última sexta-feira (10), Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, foi morta a facadas pelo companheiro, em Paranaíba. O homem foi preso logo após o crime.
Confira a lista de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul:
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
- Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
- Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
- Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
- Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
- Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
- Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
- Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
- Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
- Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
- Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
- Rose (Costa Rica) – 27 de junho
- Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
- Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
- Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
- Salvadora Pereira (Corumbá) – 02 de agosto
- Letícia Ananias de Jesus (Cassilândia) – 8 de agosto
- Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto
- Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto
- Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro
- Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro
- Ana Taniely Gonzaga de Lima – 13 de setembro
- Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro
- Erivelte Barbosa Lima de Souza (Paranaíba) – 10 de outubro
- Andrea Ferreira (Bandeirantes) – 12 de outubro
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
(Revisão: Dáfini Lisboa)