Sem aviso prévio, investigadores da Polícia Judiciária de Campo Grande foram transferidos para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e delegacias do interior de Mato Grosso do Sul, conforme remoção publicada em DOE (Diário Oficial do Estado). A transferência pegou todos de surpresa, entretanto, causando uma leve ‘estranheza’, uma vez que veio após rebaterem o valor de R$ 200 pagos em plantões de 12 horas na especializada.
Ao Jornal Midiamax, alguns investigadores disseram que as remoções aconteceram após questionamentos terem sidos rebatidos em um grupo ‘fechado’ no WhatsApp. Por lá, foram discordados os valores pagos em plantões, que inclusive foi anunciado na última sexta-feira (12). Diante da situação, os policiais acreditam que as remoções aconteceram como uma forma de ‘punição’.
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“Estamos sendo ‘vítimas’ de uma coincidência muito negativa. Fizemos uma oposição [referente ao valor do plantão] em um grupo fechado do WhatsApp. Todos esses [removidos] estão no grupo e em algum momento foram ruidosos em relação ao valor do plantão”, disse um dos investigadores.
Ao Midiamax, outro investigador pontou que as mudanças chegaram após as reclamações. “Como forma de retaliação na data de hoje, fomos surpreendidos. Quem fez menção para ir contra esse projeto [dos plantões] recebeu a sua devida remoção, alguns foram para o interior e alguns foram para a Delegacia da Mulher justamente para o objeto da reclamação”, questionou outro policial removido.

‘Da noite para o dia’
Os policiais removidos afirmam que viram a vida mudar ‘da noite para o dia’, uma vez que precisam deixar a família e toda a carreira já formada em Campo Grande.
“Policiais com família e toda uma estrutura, tendo que sair daqui por conta de ‘picuinhas’ de não aceitar reclamações. É toda uma vida que muda. Foram [removidas] todas as pessoas que opinaram nesse grupo e dá uma impressão de ‘perseguição’”, disse outro investigador.
‘Prioridade’
Procurado pela reportagem do Midiamax, o Delegado Geral da Polícia Civil, Lupersio Degerone Lucio, informou que as remoções são fundamentadas. Uma vez que além da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) está sendo tratado como prioridade, outras cidades do interior como Sidrolândia, Água Clara e Inocência estão com demandas elevadas.
“Todas as remoções são fundamentadas no interesse administrativo/público/serviço, visando atender demandas da instituição. Estamos priorizando, há semanas, o reforço no efetivo da DEAM. Sidrolândia, Água Clara e Inocência são cidades com elevada demanda, recebendo muito investimento privado e que experimentam exponencial crescimento populacional”, disse o delegado.

A reportagem acionou via e-mail a Assecom. Contudo, até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.
O que diz o Sinpol?
Nas redes sociais, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) se manifestou em relação às remoções.
“O Sinpol/MS reafirmou nesta semana sua posição em defesa dos direitos da categoria diante das recentes remoções de servidores para novas localidades. A entidade informou que está acompanhando individualmente cada situação em conjunto com os policiais envolvidos.
Segundo o Sinpol/MS, as remoções impactam diretamente a vida pessoal e profissional dos servidores, trazendo alterações significativas tanto na rotina familiar quanto no exercício da função. Por isso, o sindicato reforça a importância de que medidas dessa natureza sejam tomadas com base na legislação vigente e levando em conta os reflexos sociais que atingem os trabalhadores.
Como parte do compromisso institucional, o sindicato destacou que oferecerá apoio jurídico especializado, acompanhamento individual de cada caso e orientação sindical sobre os direitos e procedimentos cabíveis.
A entidade ressalta que permanece vigilante e ao lado dos policiais civis, reafirmando sua missão de lutar por condições dignas de trabalho e pela valorização da categoria.”
O que diz a Cobrapolbr?
Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis) também utilizou as redes sociais, para falar sobre o caso.
“A Cobrapol informa aos policiais civis do Estado do Mato Grosso do Sul (MS) que está acompanhando e apurando as remoções de colegas das unidades policiais para localidades mais distantes.
A apuração busca verificar se tais remoções configuram ou não atos de perseguição por parte das chefias. Ressaltamos que não admitiremos qualquer forma de perseguição.
A diretoria permanece atenta e atualizada sobre o caso, atuando de forma firme para garantir que nenhum policial civil tenha seus direitos violados.”
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