Durante audiência na 2ª Vara do Tribunal do Juri, em Campo Grande, o homem, de 22 anos, acusado de matar o padrasto Itamar de Lima Cristaldo Junior, de 38 anos, com 22 facadas, afirmou que não sabe explicar o motivo do crime, ocorrido no dia 25 de julho deste ano, no Bairro Nova Lima.
Ao ser questionado sobre a razão pela qual esfaqueou a vítima, o rapaz alegou não saber. “Eu tomei a faca da mãe dele. Estava cansado, tinha acabado de chegar do serviço”, relatou. Em seguida, complementou: “ele batia muito na minha mãe”. No entanto, ele negou que cometeu o crime por vingança.
O acusado tem esquizofrenia, é interditado e faz tratamento contra uso de entorpecentes. Durante depoimento, ele afirmou que não havia feito uso de drogas no dia do crime. “Não, eu tinha acabado de chegar do serviço”, garantiu.
Discussão começou após pedido para usar celular
A mãe do acusado, viúva da vítima, foi a primeira a depor. Ela, que tem a curadoria do filho, disse que a discussão começou após o filho pedir o celular do padrasto emprestado.
“Ele pediu o celular do Itamar e de repente ele [Itamar] queria o celular e começou a chamar ele de noiado e começou a turbulência”, relatou.
“O Itamar foi até o carro, pegou a faca e veio para tirar ele [o réu] para a fora e disse que se ele não saísse por bem, sairia por mal. Ele primeiro machucou o menino, eles começaram a lutar no chão até que meu filho conseguiu tirar a faca dele”, contou.
Relacionamento conturbado?
A mulher também disse que ela e o marido tinham um relacionamento conturbado e que apanhava do marido. “Ele quando bebia e usava drogas, se transfromava. Virava outra pessoa. Me batia e batia no menino”, disse referindo-se ao filho.
Uma testemunha, que também prestou depoimento nesta segunda-feira, afirmou que o casal parecia manter um relacionamento tranquilo e que nunca ouviu discussões entre o casal.
“Eu moro ali há muitos anos, eles chegaram depois. Eles eram pessoas muito educadas. Não ouvia eles brigando, ou discutindo, muito pelo contrário. Sempre que os via, eles estavam ali na frente sentados, conversando e fumando tabaco”, afirmou.
Sempre via o rapaz sempre muito alterado. Inclusive já tinha falado com o senhorio porque ouvia falar que ele era usuário, relatou.
O crime aconteceu na noite do dia 25 de julho de 2025. Itamar de Lima Cristaldo Junior, de 38 anos, morreu após ser esfaqueado pelo enteado, de 22 anos. A princípio a informação era de que a vítima foi esfaqueada 17 vezes, no entanto, o laudo constatou 22 golpes de faca.
Vizinhos relataram que o jovem não trabalhava e seria usuário de drogas, condições que geravam brigas constantes entre ele e o padrasto.
Na noite do crime, a briga começou por volta das 23 horas. O motivo da discussão não foi esclarecido na ocasião. Conforme o registro policial, Itamar foi até seu carro pegar a faca, porém, quando retornou, o enteado tomou a faca da mão dele e desferiu golpes em seu corpo.
Após o crime, os moradores relataram que ficaram assustados e, logo, ouviram o enteado gritando pelas ruas. “Matei, matei”, teria gritado o jovem. Além disso, eles ouviram a esposa de Itamar gritando, pedindo socorro, dentro do imóvel. Após o crime, o autor fugiu.