A empresária Mirielle dos Santos, assassinada pelo ex-marido, não denunciava o ex-marido à polícia por ter um carinho com a sogra. O feminicídio aconteceu em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande, na madrugada do último sábado (22).
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Mirielle é a 4ª vítima de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025. E desde a manhã desta segunda-feira (24), a equipe de reportagem do Jornal Midiamax está em Água Clara em contato com familiares da empresária.
Muito abalada, uma das primas da vítima disse que ela era agredida, ameaçada e tinha o psicológico destruído pelo ex-marido por diversas vezes. “Ele deu um soco no olho dela, que ficou roxo e quase a deixou cega”, relatou uma das familiares.
Em seguida, a familiar contou que quando questionava Mirielle sobre denunciar o ex-marido, a mesma lhe respondia que tinha muito carinho pela sogra. “Ela tinha muita dó da sogra, porque ela era uma pessoa boa e não merecia, o tempo todo ela falava isso. Tinha muita dó, porque ela gostava da sogra”.
Ainda, uma das primas disse à reportagem que Mirielle não conversava muito por medo. “Ela não conversava da forma que a gente conversa, pois tinha vergonha. Vergonha nem tanto, ela tinha medo e acho que pela gente, não só por ela. Ela sempre quis sair, mas eu acho que ela tinha medo e acabou que não adiantou”, lamentou.
Duas semanas antes de feminicídio, ex invadiu casa e quebrou tudo
Duas semanas antes de matar a empresária Mirielle, Fausto teria invadido a residência da ex-mulher e quebrado a porta, vasos de plantas entre outros pertences da vítima. Imagens gravadas por celular mostram a situação da casa, depois que o suspeito deixou o local.
O vídeo foi gravado pela tia de Mirielle, Marina Francisca da Silva, de 51 anos. Segundo ela, a invasão aconteceu no último dia 7, duas semanas antes de Fausto matar a vítima a tiros durante uma discussão.
“Ela estava na minha casa quando ele ligou. Ela saiu atrás dele e eu fui logo em seguida para ela não perceber. A gente já estava cuidando há algum tempo porque tínhamos medo do que poderia acontecer”, explica.
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Feminicídio
A empresária Mirielle Santos, de 26 anos, foi morta a tiros no último sábado (22), em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande. O suspeito do crime é o ex-marido da vítima. Este é o quarto feminicídio registrado em Mato Grosso dom Sul, em 2025.
Conforme o boletim de ocorrência, o irmão da vítima disse que estava na casa do suspeito quando Mirielle chegou ao local. O casal começou a discutir e entrou em um quarto. Em seguida as testemunhas ouviram barulhos de disparos de arma de fogo.
Segundo as informações, o irmão da vítima entrou na casa e encontrou Mirielle ferida.
Ele contou ainda que levou a irmã para o carro do suspeito e eles seguiram para o hospital.
Depois de deixar o cunhado e a namorada na unidade hospitalar, o suspeito fugiu. Em diligências na casa do autor, policiais encontraram um pote plástico com várias munições de calibre .22 intactas.
No quarto, onde ocorreu o crime, foi encontrado um revolver calibre .38 municiado com seis cartuchos, sendo três deflagrados e os demais intactos. O carro do suspeito, uma caminhonete, foi abandonada no hospital.
À reportagem do Jornal Midiamax, o advogado Marcos Ivan Silva, que defende o suspeito, alega que houve um acidente e tenta livrar o cliente do flagrante.
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