A esposa de Ronaldo Silva Freire, de 51 anos, foi presa pela Polícia Civil em Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande, na noite dessa sexta-feira (16) enquanto denunciava os familiares da vítima por calúnia. Ronaldo faleceu no último fim de semana após sofrer uma facada acidental no peito.
A prisão da mulher foi confirmada pelo delegado Filipe Izidio ao Jornal Midiamax, que explicou que uma situação inusitada ocorreu na delegacia. A mulher havia ido à unidade registrar boletim de ocorrência de calúnia contra os familiares de Ronaldo.
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Porém, durante o atendimento na delegacia, o mandado de prisão em decorrência da morte do marido foi expedido pela Justiça de Corumbá. Assim, ela foi presa preventivamente na própria delegacia.
O delegado que investiga o caso também explicou o motivo da prisão da mulher. Segundo ele, o laudo necroscópico mostrou que algumas informações não são compatíveis com a versão de que ocorreu um acidente.
Assim, foi solicitada a prisão preventiva da mulher. “No laudo o médico atestou algumas informações que não são compatíveis com a versão da vítima, de que foi um acidente, como a profundidade da perfuração, posição de entrada da faca, os danos que a faca causou e outras informações… Com base, principalmente, nisso e em alguns outros eventos de investigação, pedimos a prisão preventiva dela no início da semana”, explicou Filipe Izidio.
Durante interrogatório na delegacia, a mulher disse que estava com uma faca nas mãos, se assustou com a chegada do marido e acabou o atingindo acidentalmente. Ela mentiu por medo de contar à avó dela e da vítima o que havia acontecido.
Agora, a suspeita deve ser encaminhada para o presídio de Corumbá. “A partir do momento da prisão, agora, teremos 10 dias para finalizar o inquérito e encaminhar ao MP para análise da denúncia”, afirmou o delegado.
Ao saberem da prisão da mulher, a família de Ronaldo disse que se sente aliviada. Uma das irmãs da vítima falou que nada trará Ronaldo de volta, mas o coração está aliviado. “A prisão dela não vai trazer meu irmão de volta, mas vai aliviar o coração de toda a nossa Família por saber que a pessoa que tirou a vida dele está presa e pagando pelo que fez. Meu irmão amava tanto essa mulher, fazia de tudo por ela, era um homem trabalhador e ser morto assim”, lamentou ao Jornal Midiamax.
Família questiona mentira
A família de Ronaldo não acredita em morte acidental para o que ocorreu com a vítima. Vânia Silva, de 39 anos, irmã de Ronaldo, questiona o que ocorreu. “Por que mentiu? Primeiro disse que ele (Ronaldo) morreu ao cair no banheiro”, falou.
Ela relatou ainda ao Midiamax que a esposa do irmão se apresentou na delegacia acompanhada de seu advogado, não comparecendo ao enterro do marido.
Ainda conforme Vânia, a cunhada chegou a dizer para vizinhos que Ronaldo teria sofrido um infarto e acabou morrendo. “Questionei a queda do banheiro e quando fui atrás descobri a facada e que nós só fomos informados da morte no dia seguinte”, disse a irmã da vítima.
“Ela (esposa) contou para a gente da morte no dia seguinte, sendo que o Ronaldo havia morrido na noite anterior”, relatou Vânia. Ainda conforme a família, a esposa já havia traído Ronaldo, mas depois de um tempo o casal resolveu retomar a relação. “Pode ter sido crime por ciúmes ou bebidas”, disse Vânia.
Relembre o caso
No registro policial, é relatado que a esposa do homem estava lavando a louça e com uma faca na mão. Em determinado momento, a vítima teria surpreendido a companheira com um abraço por trás e a mulher se assustou.
Assim, ela teria se virado de forma brusca e ferido o homem no peito, acidentalmente. Ele foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levado para a Santa Casa de Corumbá, onde não resistiu e morreu.
Porém, a família de Ronaldo contesta a versão e pediu que a morte seja investigada. Na delegacia, uma familiar falou que só soube da morte ao ligar para a mãe para lhe parabenizar pelo Dia das Mães na manhã de domingo (11). Durante a ligação, a familiar foi informada de que o homem havia falecido após uma queda no banheiro, que teria lhe deixado com o pulmão perfurado.
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