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Polícia

MS registra mesmo número de feminicídios em fevereiro de 2024 e 2025 e só um autor segue foragido

Flávio Saad assassinou a ex-esposa e o atual namorado de Ana, em novembro do ano passado
Layane Costa -
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Imagem Ilustrativa. (Foto: Arquivo, Jornal Midiamax)

Karina, Vanessa, Juliana, Mirielle e Emiliana foram as vítimas de feminicídio em fevereiro deste ano, em . O segundo mês do ano foi marcado por muito sangue e brutalidade contra as mulheres. Mas, em um comparativo com o ano de 2024, o mês manteve o mesmo número de feminicídios.

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Diante da violência e crueldade contra as mulheres, fevereiro trouxe à tona inúmeras reflexões e questionamentos sobre o atendimento às mulheres oferecido pela Casa da Mulher Brasileira e pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), após a morte da jornalista Vanessa Ricarde.

Os dados do Sigo Estatística da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) apontam que, em 2024, há o registro de 35 feminicídios, além de 89 tentativas. Além disso, o mês de fevereiro de 2024 também registrou o mesmo número de mortes de mulheres.

Isso indica que, mesmo após um ano, as mulheres continuam sendo as vítimas vulneráveis em Mato Grosso do Sul.

Feminicida foragido

Em meio aos 35 casos de feminicídios registrados no ano anterior, a polícia não localizou apenas um feminicida. Por isso, ele continua foragido da Justiça de Mato Grosso do Sul.

Flávio Saad está foragido

O feminicida se trata de Flávio Saad, de 49 anos, acusado de matar a tiros a ex-mulher, Ana Claudia Rodrigues Marques, de 44 anos, e o atual namorado de Ana, Carlos Augusto Pereira de Souza, de 49 anos. O crime ocorreu no dia 11 de novembro de 2024, no em .

Após o crime, Flávio fugiu do local e, até o momento, as autoridades ainda não o enontraram.

A Polícia Civil chegou a realizar uma transformação de aparência para que a população conseguisse identificar o feminicida de diversas formas possíveis.

Familiares de Ana pedem por justiça

Durante uma conversa com o Jornal Midiamax, Atilan Dias Camargo, cunhado de Ana, relatou que a família só ficaria tranquila quando ocorrer a prisão de Flávio Saad.

“O sentimento que nós temos é de justiça, nós queremos que ele vá preso e pague a pena que tenha que pagar, porque, no caso, ele matou duas pessoas. Nós queremos que ele seja preso o mais rápido possível, só iremos ficar tranquilos quando ele for preso”, disse Atilan em uma entrevista durante o protesto da jornalista Vanessa Ricarde.

Família de Ana Claudia durante protesto (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Autores de feminicídios de fevereiro presos

Karina Corim

Karina Corim, ferida a tiros na cabeça pelo ex-marido, morreu no Hospital da Vida, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, na manhã do dia 4 de fevereiro, em um sábado. A amiga de Karina, Aline Rodrigues, de 30 anos, também morreu. Este foi o 1º feminicídio de 2025 no Estado.

A mulher estava internada no hospital desde o fim de semana, depois de Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, ir até o estabelecimento onde estava Karina e atirar contra ela e a amiga, em Caarapó, cidade a 276 quilômetros de Campo Grande.

Renan ainda colocou fogo na loja e depois atirou contra a própria cabeça, morrendo no local. Ele usou a arma do pai, que é policial militar, para cometer o crime. Renan não aceitava o fim do relacionamento.

Vanessa Ricarte

A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) morreu na Santa Casa de Campo Grande na noite do dia 12 de fevereiro, vítima de feminicídio.

O ex-noivo, músico Caio Nascimento, a esfaqueou em casa, no bairro São Francisco. Depois, policiais o prenderam em flagrante. Ele feriu Vanessa com três facadas na região do tórax. Ela ainda foi levada em estado gravíssimo à Santa Casa, mas não resistiu e faleceu na unidade.

Juliana Domingues

Juliana Domingues, moradora da comunidade indígena Nhu Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, morreu em um ataque a foice, às margens da rodovia BR-163, no dia 18 de fevereiro.

Wilson Garcia, de 28 anos, a assassinou após uma discussão. Além disso, o crime aconteceu na frente do filho da vítima, um menino de apenas 8 anos.

Wilson fugiu logo após o crime para a aldeia Teykuê, em Caarapó, mas foi preso logo depois. À polícia, ele alegou que a mulher o agrediu antes do crime.

Mirielle Santos

A empresária Mirielle Santos, de 26 anos, foi morta a tiros no dia 22 de fevereiro, em um sábado, em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande. O suspeito do crime seria o namorado dela.

Ainda mais, além do feminicídio, o suspeito teria assassinado Cleiton Eduardo dos Santos, em 2016. O namorado da empresária também seria autor de uma tentativa de homicídio, em junho de 2023.

Emiliana Mendes

No dia 23 de fevereiro, um domingo, Vanderson dos Santos Carneiro, 35 anos, matou Emiliana Mendes, de 65 anos, na cidade de Juti, a 311 quilômetros de Campo Grande. Ele colocou a mulher em um colchão de uma quitinete para simular uma morte natural. 

Apesar da morte ocrrer na noite do domingo, somente na manhã do dia seguinte testemunhas encontraram o corpo de Emiliana e acionaram a Polícia Civil.

Assim, os agentes prenderam o suspeito em flagrante, caminhando pela BR-163, a cerca de 8 quilômetros de Juti. Na abordagem, ele logo confessou aos policiais que se desentendeu com a idosa e a esganou no quintal de uma casa e a arrastou até a residência onde ele morava. Na ficha criminal do acusado constam crimes de roubo e furto.

Onde tentar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

O local abriga a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e também a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. Para obter ajuda da Casa da Mulher Brasileira, é possível ligar para 153.

Também há o número 180, que garante o anonimato de quem liga, que é a Central de Atendimento à Mulher – 180, um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. Esse serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já para casos emergenciais, o número a ser acionado é o da Polícia Militar, no 190.

Para acolhimento

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul ainda tem o Promuse (Programa Mulher Segura), que oferece atendimento para ligações e mensagens via WhatsApp no número (67) 99180-0542. O projeto faz monitoramento e proteção das mulheres em situação de e familiar.

Já nas cidades do interior, é possível conferir a localização das DAMs (Delegacias de Atendimento à Mulher), no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e .

E quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar problemas com a polícia diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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