Morador de Ponta Porã, na fronteira com Pedro Juan Caballero, que não teve o nome divulgado, preso neste domingo (5), pela Polícia Militar de Santa Catarina, disse que foi vítima de homofobia. Ele foi flagrado em atitudes suspeitas em um banheiro na praia de Laranjeiras.
De acordo com informações da polícia catarinense, o rapaz estaria sem roupas e outro jovem estaria com o short abaixado, quando teria sido flagrado por crianças que saíram gritando que havia um homem pelado no banheiro. O funcionário de um restaurante presenciou a cena e chamou a PM.
Antes da chegada dos militares, frequentadores da praia e parentes das crianças teriam agredido os dois rapazes. Um deles tentou fugir, mas acabou contido.
Antes de ser levado para a Delegacia de Polícia Civil, onde o caso foi registrado como importunação sexual, o acusado precisou ser encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Nações para atendimento médico.
“Fomos vítimas de um grave episódio de homofobia em um estabelecimento local da praia de laranjeiras. Tudo começou quando fomos ao banheiro do local para nos trocarmos antes de retornar ao hotel onde estávamos hospedados”, diz o acusado.
Ainda segundo os envolvidos no caso, eles foram “física e emocionalmente devastados por tudo o que aconteceu” e por isso, pedem que a versão deles seja divulga.
Confira a nota na íntegra:
Relato sobre episódio de homofobia em Balneário Camboriú
“Estou entrando em contato para relatar o que aconteceu comigo e meu namorado no dia de ontem (5), na praia de laranjeiras, em Balneário Camboriú.
Fomos vítimas de um grave episódio de homofobia em um estabelecimento local da praia de laranjeiras. Tudo começou quando fomos ao banheiro do local para nos trocarmos antes de retornar ao hotel onde estávamos hospedados. Eu saí do banheiro primeiro e, quando meu namorado estava saindo, ele foi abordado por seguranças do estabelecimento. A partir daí, uma série de ações violentas ocorreu.
Os seguranças, junto com o gerente e alguns garçons, levaram meu namorado para uma área nos fundos do restaurante, onde ele foi espancado. Eles justificaram o ato com uma acusação falsa de que ele estaria sem roupa no banheiro, supostamente se exibindo para crianças. Essa alegação, porém, não se sustentou. Nenhuma criança ou responsável apareceu para confirmar a história, nem mesmo na delegacia.
Enquanto isso, fomos humilhados e expostos publicamente. Vídeos do ocorrido começaram a circular nas redes sociais, mas a narrativa não reflete o que realmente aconteceu. A verdade é que meu namorado foi agredido sem motivo, apenas por sermos um casal gay.
Fomos encaminhados pela polícia para atendimento hospitalar e, em seguida, liberados. Agora, com o apoio de um advogado, estamos nos resguardando e reunindo todas as provas necessárias para formalizar uma denúncia contra os agressores e o estabelecimento. Por orientação jurídica, ainda não divulgamos o nome do local.
Estamos física e emocionalmente devastados por tudo o que aconteceu. Gostaríamos muito que a nossa versão dos fatos fosse ouvida e não apenas a história distorcida que está sendo compartilhada. Contamos com a sua ajuda para dar visibilidade à verdade.
Agradeço imensamente pela sua atenção. Espero que ninguém mais precise passar por algo tão cruel.”
