A arma usada por um criança de 2 anos que atirou e matou a mãe, em Rio Verde de Mato Grosso, a 194 quilômetros de Campo Grande, é uma das pistolas mais populares e com registros no Estado. O caso ocorreu no último dia 13, tendo como vítima é Deborah Rodrigues Monteiro, de 27 anos.
Dados da Polícia Federal são de que os registros de pistolas 9 mm cresceram entre 2019 e 2022, quando ocorreu a liberação para civis de portar armamento. Até então, a 9 mm era restrita às polícias e Forças Armadas. A revogação da permissão do porte só veio em 2023.
Mato Grosso do Sul tem 29.994 armas registradas. Dessas, 5.297 são de calibre 9 mm. De 2019 a 2025, foram feitos 13.758 registros de armamentos e, deste total, 5.209 são de pistola 9 mm, conforme a Polícia Federal.
Ainda conforme a PF, das mais de 5 mil pistolas 9 mm registradas em Mato Grosso do Sul, cerca de 4.209 destas armas estão nas mãos de civis no Estado. O pai do menino que atirou contra a mãe conseguiu o registro da arma em 2022, por ser produtor rural.
Criança deverá ser acompanhada por psicólogo
A criança de 2 anos que atirou na mãe, Deborah Rodrigues Monteiro, de 27 anos, deverá ter acompanhamento psicológico. Em depoimento preliminar, o pai da criança disse que achou que eram bombinhas disparadas.
A delegada que está com o caso, Danielle Felismino, disse ao Jornal Midiamax que, nesta semana, o pai deverá ser ouvido novamente, já que, no dia da morte, ele foi ouvido de forma preliminar. A criança está sob cuidados da família, e o Conselho Tutelar deve acompanhar o caso.
Deborah foi sepultada em Alto Caracol, distrito de Caracol, cidade localizada a 372 quilômetros de Campo Grande. Ela morreu após o filho manusear uma pistola Glock do pai em casa, no Bairro Barra Verde. Na ocasião, ela e o marido estavam sentados na varanda do imóvel, quando a criança efetuou um disparo acidental, que atingiu o braço e o tórax da mãe.
O marido de Deborah e dono da pistola já tinha passagens pela polícia por ameaça e disparos de arma de fogo. Em outubro de 2023, o homem foi preso em flagrante após realizar manobras perigosas, conhecidas como “cavalo de pau”, no pátio de uma fazenda, e, na sequência, efetuar disparos de arma de fogo. Além disso, ele foi acusado de ameaçar uma pessoa no mesmo dia.
A Polícia Civil investiga o caso como homicídio culposo e omissão de cautela na guarda de arma de fogo, conforme previsto no Estatuto do Desarmamento.
A delegada informou a reportagem que o pai da criança foi ouvido informalmente e apresentou as imagens e a documentação da arma. Ele, que tem o certificado de registro federal da arma e responde em liberdade, será interrogado pela Polícia Civil.
Disparo acidental que acabou em morte
O disparo acidental foi flagrado por câmeras de segurança da casa no dia 13 deste mês. Nas imagens, é possível ver a mulher e o marido sentados em uma cadeira, lado a lado, quando a criança pega a pistola e começa a manuseá-la. O homem aparenta estar mexendo no aparelho celular.
Em determinado momento, o menino, sem intenção, aperta o gatilho e efetua um disparo acidental, que atinge o braço da mulher. Segundos depois, o pai continua mexendo no celular, mas logo levanta e corre. Em seguida, a mulher corre, e seu filho, assustado, vai atrás, enquanto o marido tenta socorrê-la.
Após o disparo, o marido acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que levou a vítima para o hospital. Apesar dos esforços da equipe, ela sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
Já a pistola Glock, carregada com 15 munições, foi apreendida pela polícia.
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