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Polícia

Mãe de morta em acidente com BMW fala sobre saudade após um ano: ‘tentando levantar todos os dias’

A jovem, cheia de sonhos, faleceu aos 19 anos, na tarde do dia 25 de agosto de 2024
Layane Costa -
Letícia Machado Gonçalves (Arquivo)

“Tento levantar todos os dias”. Essa é a fala da mãe da Letícia Machado Gonçalves e retrata a dor da família em meio ao luto. A jovem, cheia de sonhos, faleceu aos 19 anos, na tarde do dia 25 de agosto de 2024, após ser atingida por uma BMW, conduzida por um homem, de 26 anos, na região central de .

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Letícia, carinhosamente chamada como ‘Lê’, cursava Direito em uma faculdade particular. Na tarde daquele dia, ela seguia em uma motocicleta Biz para um trabalho de freelancer quando se envolveu em um acidente no cruzamento da Rua Marechal Rondon com a 14 de Julho.

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Biz usada pela jovem (Fala Povo, Jornal Midiamax)

A dor da saudade

Ao Jornal Midiamax, Ana Lúcia Oliveira Machado, de 42 anos, mãe da Letícia, contou como está aprendendo a lidar com a falta diária da filha mais velha.

“Esse mês está muito difícil. Daqui a 10 dias vai fazer um ano sem minha menina. A ‘Lê’ era minha companheira, eu sentia que era ela que cuidava de mim”, relatou a mãe.

Letícia deixou não só o vazio no coração dos seus conhecidos, mas também na residência da sua família. “A casa está triste. Sinto falta da risada, das brincadeiras e até da chatice de implicar com o meu cigarro”, lamentou.

Com tratamentos psicológicos, Ana tenta reconstruir a vida, sem a sua filha mais velha. “Tento levantar todos os dias. Isso que falta um pedaço de mim”, finalizou.

Letícia Machado e Ana Lúcia (Arquivo Pessoal)

Fatalidade

O MPMS (Ministério Público de ) denunciou o motorista da BMW, no artigo 302, caput do Código de Trânsito Brasileiro, ou seja, homicídio culposo na direção de veículo automotor.

A primeira audiência de instrução e julgamento do caso está prevista para ocorrer em novembro. Assim, as testemunhas serão ouvidas no dia 12 de novembro, na 2ª Vara Criminal de Campo Grande.

Enquanto isso, a mãe de Letícia Machado Gonçalves espera por justiça. “Espero que a lei seja aplicada de igual para todos, porque estamos falando de uma vida perdida”, concluiu a mulher.

Acidente

Letícia conduzia a motocicleta pela Rua 14 de Julho quando, no cruzamento com a Rua Marechal Rondon, acabou tendo a traseira da Biz atingida pela BMW. Com o impacto, a moça acabou sendo lançada contra um poste e morreu ainda no local.

O laudo pericial realizado no local do acidente aponta que a causa do sinistro de trânsito se deu devido à invasão de ambos os veículos relacionados em região do cruzamento em momento em que as condições de tráfego e segurança não eram permitidas, eis que ambos realizaram transposição de sinalização semafórica vermelha.

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BMW envolvida no acidente (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Motorista de BMW já teve CNH suspensa 2 vezes

O motorista da BMW, de 26 anos, envolvido no acidente, teve a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa em duas ocasiões diferentes.

Conforme o Diário Oficial Eletrônico n. 11.096 – Suplemento II, de 8 de março de 2023, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Mato Grosso do Sul suspendeu a habilitação do rapaz por dirigir 50% acima do limite de velocidade, como previsto no Artigo 218-III. A infração é considerada gravíssima e a penalidade é multa, além da suspensão do direito de dirigir — neste caso, por dois meses.

Antes disso, em 2021, o motorista também foi impedido de circular legalmente por infrações de trânsito ocorridas em 2019. A suspensão de 12 meses se deu com base no Artigo 216-II do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), segundo consta no Diário Oficial Eletrônico n. 10.441 – Suplemento II, de 17 de março de 2021.

Protesto

Uma semana após a morte da jovem, familiares e amigos se reuniram no local do acidente e pediram por justiça. Na época, com cartazes, eles solicitaram para que a morte da jovem não ficasse impune.

A mãe dela, Ana Lucia Oliveira Machado, lembrou que a filha amava viajar e que estava fazendo serviço extra porque programava uma . “Ela só tinha 19 anos. Saiu para trabalhar, era um domingo de frio, véspera de feriado, o centro não tinha ninguém. Não era um dia normal, não era um horário de pico, não era um dia que a gente fala, não, tava perigoso, né?”, explicou na época.

O protesto foi realizado no local do acidente (Foto: Nathalia Alcântara, Arquivo, Midiamax)

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