Um ano após o assassinato de Hiago Rocha da Silva dos Santos, no bairro Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, a Justiça manteve a pronúncia e o julgamento do acusado.
Hiago era catador de materiais recicláveis e tinha 32 anos quando foi assassinado. Ele estava na Rua Marajoara, esquina com a Aydê Roque, no Jardim Centro-Oeste, quando teve uma discussão com o réu e foi morto esfaqueado no dia 3 de setembro de 2024.
O réu é Ricardo Rodrigues Barbosa, de 30 anos, que fugiu, mas foi preso dias depois do crime pela equipe da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), em Campo Grande.
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Quando preso, Ricardo foi interrogado e confessou o crime, tendo a preventiva decretada. Na época, ele contou que estava sendo ameaçado pela vítima há muito tempo após negar dinheiro para compra de drogas. Sobre a motivação para o crime, Ricardo revelou, na época, uma briga pela namorada.
Ricardo foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe. “Uma vez matou a vítima em virtude de ciúmes em relação a namorada de Ricardo e amiga de Hiago, de forma que já havia ocorrido desentendimentos entre eles acerca disso”, diz a denúncia.
Assim, Ricardo virou réu pelo homicídio e foi interrogado em audiência de instrução e julgamento, bem como quatro testemunhas ouvidas pelo magistrado. Ao juiz, o réu alegou que a faca usada no assassinato pertencia ao catador de recicláveis e que agiu para se defender naquele 3 de setembro.
Durante o processo, a defesa de Ricardo entrou com pedido de liberdade provisória, mas o mesmo foi negado. Preso até hoje, Ricardo foi pronunciado. Então, a Justiça determinou que ele seja julgado pelo Tribunal do Júri.
Com a pronúncia, a defesa do réu pediu o afastamento da qualificadora — motivo torpe — e a absolvição sumária, sob alegação de legítima defesa, o que foi rejeitado pela 20ª Procuradoria de Justiça Criminal. Assim, o julgamento de Ricardo, que ainda não tem data marcada, está mantido.
Relembre o caso
Conforme a denúncia do MPMS, Ricardo abordou Hiago na Rua Marajoara, esquina com a Aydê Roque, no Jardim Centro-Oeste, naquele dia 3 de setembro. A abordagem ocorreu após o catador de recicláveis ver a ex-namorada de Ricardo e dizer que um rapaz que estava em sua casa queria se relacionar com ela.
Em seguida, os dois discutiram e Ricardo desferiu um golpe de faca que atingiu a região do tórax de Hiago. Ele fugiu após o crime e Hiago faleceu no local.
O corpo de Hiago foi encontrado em uma calçada próximo de onde ele morava.

‘Foi só uma facada’, disse o réu
Durante o depoimento, que durou 23 minutos na DHPP, o réu disse que estava sendo ameaçado por Hiago há muito tempo. Ele afirmou que as ameaças começaram depois de negar dinheiro à vítima para comprar drogas.
Ricardo relatou também que dias antes, em 31 de agosto, Hiago havia provocado a namorada dele dizendo que um amigo queria ficar com a jovem. Assim, ela teria respondido que era namorada de Ricardo e que não era este tipo de mulher.
Neste meio tempo, Ricardo encontrou Hiago, que disse que iria mandar ‘uns guris’ bater no amigo. No dia do crime, Ricardo disse que encontrou com a vítima na rua e foi tirar satisfação. Hiago, então, teria dito que mandaria bater nele e, neste momento, Ricardo desferiu a facada contra a vítima. “Foi só uma facada”, disse o réu.

Vizinho viu catador de recicláveis horas antes da morte
Na época do crime, em setembro do ano passado, um vizinho de Hiago contou ao Jornal Midiamax que, antes de ser encontrado morto, o catador de recicláveis havia saído para comprar cachaça.
O vizinho relatou que, perto da meia-noite de 3 de setembro, Hiago saiu da casa onde morava dizendo a ele que ia comprar cachaça para os dois beberem. Mas, de acordo com o morador, ele acabou esquecendo e indo dormir. Só pela manhã, quando acordou, viu outros vizinhos falando sobre o assassinato.
Hiago morava em uma casa abandonada que era usada para ele dormir. Segundo os moradores da região, ele era catador de materiais recicláveis e às vezes trabalhava em um mercado. “Ele era uma pessoa bem tranquila”, disse um dos vizinhos à reportagem.
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(Revisão: Bianca Iglesias)