Jefferson Nunes Ramos confessou o crime de feminicídio contra a namorada, Gisele Cristina Oliskowski, queimada viva dentro de um buraco, nos fundos de uma casa no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. “Joguei no buraco, e só Deus sabe o que aconteceu”, disse aos jurados, na manhã desta sexta-feira (21). Gisele foi morta no dia 1º de março deste ano.
Quando preso na delegacia, Jefferson ficou calado. Para o júri, ele contou que recebeu três tapas no rosto de Gisele em uma briga. “Ela me deu três tapas porque tinha acabado a droga, não tinha mais dinheiro, e ela queria mais droga”, disse.
“Ela veio para cima de mim, e eu empurrei ela dentro do buraco”, falou. Jefferson ainda relatou que Gisele deve ter batido a cabeça, já que havia muitas pedras e ferro no buraco. “Eu não bati nela”, disse.
“A fossa estava quebrada já fazia tempo, era para jogar lixo, coisa velha”, falou Jefferson ao dizer que não havia feito o buraco para jogar o corpo. “Na hora que ela caiu, eu pensei, morreu. Aí foi quando eu pensei ‘matei a guria’, aí depois eu não lembro de mais nada”, disse.
Sobre atear fogo no corpo de Gisele, o réu falou que não se lembrava. “Eu fiquei sentado, observando a cagada que fiz. Aí pedi para o vizinho chamar a minha mamãe para ela chamar a polícia e eu me entregar”, falou no júri.

Queimada viva
Carbonização por ação térmica, por queimadura direta: esta foi a conclusão da causa da morte de Gisele Cristina Oliskowski, assassinada pelo namorado, Jeferson Nunes Ramos, que virou réu pelo crime de feminicídio.
Gisele foi queimada viva dentro de um buraco, nos fundos de uma casa, em Campo Grande. O laudo da causa mortis aponta que as pancadas recebidas por Gisele na cabeça não causaram por si só a morte dela, e que o fogo ateado ao seu corpo que foi jogado dentro de um buraco seriam a causa da morte de Gisele.
Gritos de socorro
Um parente contou que mora no bairro e soube que estava havendo brigas na casa. Vizinhos relataram gritos e pedidos de socorro. No entanto, quando chegaram à casa, o crime já havia acontecido. O rapaz, junto com outros familiares, imobilizou o feminicida até que a polícia chegasse ao local.
Segundo o rapaz, Giselli vivia um relacionamento não monogâmico — e conturbado — com Jeferson (seu ex) e seu atual companheiro. Inclusive, os dois homens já haviam discutido por causa dessa aproximação de Giselli com Jeferson, o que resultou na internação do feminicida devido à gravidade dos ferimentos.
Relacionamento tóxico
Conforme o familiar, a casa em que Jeferson mora é, na verdade, de sua mãe. A idosa morava no imóvel, mas, cansada de conviver com o vício em drogas do filho, se mudou para a casa do neto, sobrinho de Jeferson. Isso aconteceu há alguns anos e, desde então, Jeferson vinha vendendo tudo o que havia no imóvel para conseguir suprir seu vício. O rapaz conta que o tio trocou até os fios da casa por drogas.
Segundo ele, Giselli e seu atual companheiro também eram usuários e, por isso, os três estavam sempre na casa de Jeferson. Quando estava sóbria, a vítima relatava aos familiares como era sua relação com Jeferson e as brigas que tinham. Giselli e seu companheiro já tinham registrado boletim de ocorrência contra o acusado.
Após o crime, a família de Jeferson pretende vender a residência. O imóvel está abandonado, depredado e tomado pelo matagal.
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(Revisão: Bianca Iglesias)