Irmão de suspeito morto em confronto após tentativa de roubo em joalheria faz denúncia na Corregedoria da PM
Luiz Kaio, Tainara Gonçalves e um terceiro suspeito morreram em confronto após tentativa de roubo a uma joalheria em Campo Grande
Lívia Bezerra –
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O irmão de Luiz Kaio Garsino dos Santos – morto em confronto com a PM (Polícia Militar) após uma tentativa de roubo a uma joalheria no Centro de Campo Grande – fez uma denúncia na Corregedoria da PMMS nessa terça-feira (4).
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Luiz Kaio, Tainara Gonçalves Machado e um terceiro suspeito morreram em confronto com equipes do 1° BPM (Batalhão da Polícia Militar) e Batalhão de Choque na madrugada do último domingo (2).
O trio era acusado de roubo com restrição de liberdade, pois teria deixado um ourives, de 70 anos, em cárcere e lhe agredido para subtrair os itens do estabelecimento. De acordo com o boletim de ocorrência, os suspeitos estavam armados e houve um confronto. Os três foram alvejados e levados para a Santa Casa, mas não resistiram e morreram.
Contudo, o irmão de Luiz Kaio procurou a reportagem do Jornal Midiamax para alegar que há contradições, pois, segundo ele, o familiar estava encurralado e desarmado pedindo por socorro. Mensagens enviadas via WhatsApp para a namorada do rapaz mostram ele pedindo ajuda por volta de 1h30 da madrugada de domingo (2).
Na mensagem, Luiz Kaio implorava por ajuda: “Mano me ajuda, a polícia vai matar ‘noiz’. Vem aqui. Amor por favor”. Em seguida, a companheira pede que ele mande o endereço, mas o rapaz diz apenas que está na Rua 15 de Novembro, no Centro da cidade, e escondido.
“Claramente querendo se entregar, mas a polícia já entrou com uma finalidade: era só assassinar todos que estavam lá dentro sem nenhuma chance de vida”, alega o irmão de Luiz Kaio.
Ainda segundo o familiar, os disparos ocorreram por volta das 1h30 da madrugada, mas seu corpo foi apresentado na Santa Casa às 2h40. Além disso, ele alega que as munições das armas estavam intactas e não havia manchas de sangue, nem indícios de confronto armado.
“Reforço que não houve confronto, pois as munições estavam intactas e longe de onde meu irmão foi alvejado. Na foto que a polícia apresentou dá a entender que a arma foi encontrada há pelo menos horas depois dos fatos. O fato aconteceu de madrugada por volta das 1h30 do dia 2 e a foto das armas no local estavam jogadas no chão durante o dia, sem nenhuma mancha de sangue ou vestígios de um confronto armado”, diz o familiar.
O irmão de Luiz Kaio também relatou que foi até o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para reconhecer o corpo dele e notou que havia ferimentos em seu tórax. “Reparei que os disparos estavam agrupados na região do tórax, pelo menos uns 5 disparos. Todos eles com o mesmo ferimento no tórax. Todos brutalmente assassinados”, argumenta.
‘Quero justiça’
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, Luiz Kaio tinha mais de 30 passagens pela polícia, entre elas, crimes de ameaça, roubo, receptação, resistência, sequestro e cárcere privado.
À reportagem, o irmão do rapaz disse que ele saiu da prisão há 4 meses, mas alega que Luiz Kaio não queria estar na joalheria naquela madrugada, pois não conhecia os outros envolvidos.
“Meu irmão não queria estar lá. Ele nem conhecia as pessoas que estavam atuando com ele. Ele era atendente em uma das minhas lojas, ele foi forçado a fazer, pois não precisava estar fazendo tal coisa, foi induzido a isso. Ele estava trabalhando comigo para tentar ganhar uma vida digna”, contou.
Por fim, o familiar disse que fez uma denúncia na Corregedoria da PMMS e está recolhendo provas para apresentar ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), com auxílio de um advogado. “Quero justiça pelo meu irmão assassinado pela ação policial. Houve negligência”, finalizou o irmão de Luiz Kaio.
Após a denúncia feita na Corregedoria, o familiar ainda acionou o Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) para pedir proteção.
A reportagem do Jornal Midiamax acionou a PMMS acerca dos fatos relatados pelo irmão do suspeito e foi informada que as ações da corporação seguem os protocolos legais e que a versão oficial dos fatos está registrada em boletim de ocorrência. Em nota, a PMMS também informou que foi instaurado um procedimento na Corregedoria.
Confira a nota na íntegra:
“Em resposta à solicitação, a PMMS esclarece as informações sobre a ocorrência em que um indivíduo veio a óbito após agredir um idoso, restringir a liberdade e roubar o estabelecimento comercial do qual era dono.
É importante destacar que todas as ações da PMMS seguem rigorosamente os protocolos legais e são pautadas na transparência e na verdade dos fatos.
A PMMS reafirma seu compromisso com a verdade e a segurança da população, e a versão oficial dos fatos está documentada em B.O, que foi confeccionado pelos policiais militares que efetivamente estiveram no local da ocorrência.
De toda forma, foi instaurado procedimento na Corregedoria da PMMS para averiguar o desenvolvimento dos fatos ocorridos na ocorrência.”
Ourives empurrado de escada e mantido em cárcere ‘fugiu’ de hospital
O ourives, de 70 anos, mantido em cárcere durante o roubo a joalheria ‘fugiu’ da Santa Casa horas depois da internação. Naquela madrugada, o idoso foi empurrado de uma escada por uma mulher e sofreu traumatismo craniano, trauma na face e no braço.
Depois, o ourives foi socorrido e levado para a Santa Casa, onde ficou internado na ala vermelha e passou por exames. Contudo, segundo o hospital, o idoso evadiu-se da unidade às 10h30 do último domingo (2), poucas horas após o socorro.
Vídeo mostra ourives sendo empurrado pela escada
Imagens de câmeras de segurança mostram a ação de uma mulher, integrante de trio que espancou idoso de 70 anos em Campo Grande. Tal gravação mostra o corredor do local onde os bandidos mantiveram a vítima em cárcere e a espancaram durante o assalto.
O trecho de 18 segundos, ao qual a reportagem do Jornal Midiamax teve acesso, mostra quando a vítima sai do local em direção à porta de entrada e a mulher a segue. Logo, é possível ouvir o barulho de uma sirene e, ao chegar próximo ao topo da escada, a mulher empurra o idoso.
Com isso, ele se desequilibra, mas logo cai e quebra a porta de vidro com a cabeça. Logo após o vídeo encerrar, a mulher teria aberto a porta para que os outros integrantes entrassem.
Assalto e confronto
Policiais do 1°BPM faziam rondas na região central quando se depararam com um veículo suspeito, por volta da meia-noite, na Rua Rui Barbosa, esquina com a Rua 15 de Novembro.
O carro era de um motorista de aplicativo que informou que na casa da frente havia gritos. Os policiais perceberam que a porta da casa estava quebrada. Com a sirene da viatura, o idoso saiu correndo, todo ensanguentado, e avisando que três pessoas armadas o assaltaram.
Os policiais pediram reforços ao Batalhão de Choque da PM e entraram no local, que só tem apenas uma porta de entrada/saída. O trio tentou fugir pelo telhado do estabelecimento e, quando perceberam a chegada dos policiais, tentaram atirar. Com isso, os militares revidaram e atingiram os três suspeitos, que morreram.
Ainda conforme a polícia, o trio invadiu o local onde funciona uma joalheria para roubar diversos itens. O idoso teria se negado a abrir um cofre e passou a ser agredido de diversas formas, inclusive foi jogado de uma escada.
Integrante de trio criminoso tinha mais de 30 passagens e sequestrou caminhoneiro
Luiz Kaio Garsino dos Santos, de 25 anos, é um dos suspeitos que morreu em confronto com os policiais, após tentar roubar o ourives na joalheria.
O rapaz tinha mais de 30 passagens pela polícia, entre elas ameaça, roubo, receptação, resistência, sequestro e cárcere privado. Em 2016, ele participou de um roubo à mão armada.
Já em 2017, foi preso por roubo e cárcere privado de um caminhoneiro no bairro Celina Jallad. O grupo teria tentado levar o caminhão para o Paraguai, mas acabou preso pela PM.
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