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Polícia

Filha de mulher sequestrada e torturada no Itamaracá teme pela segurança da mãe

Filha também teme pela saúde da mãe, que aguarda por cirurgia na Santa Casa há uma semana
Lívia Bezerra -
santa casa hospitais
Vítima está internada na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

A filha da mulher sequestrada e torturada no bairro Itamaracá, em , teme pela segurança da mãe após a saída do hospital. Ela foi violentamente agredida na última quinta-feira (4) e está internada na Santa Casa, onde aguarda por cirurgia.

A vítima, de 40 anos, foi sequestrada e torturada por duas mulheres após o de um aparelho celular. Ela teve os braços quebrados, costela machucada, hematomas e precisou levar 12 pontos na cabeça.

Nesta sexta-feira (12), com uma semana de internação, a filha da vítima relatou que teme pela segurança da mãe. Ao Jornal Midiamax, a jovem contou que a mãe é usuária de drogas desde 2019 e mora com os pais do companheiro, mas vive com frequência nas ruas do Jardim Itamaracá.

Segundo a vítima revelou para a filha, um dia antes da agressão, ela estava limpando uma casa usada como boca de fumo e após terminar o serviço foi embora para sua residência. Já no dia seguinte, na quinta-feira (4), duas mulheres foram até a casa da vítima buscá-la por causa do sumiço de um aparelho celular.

“Levaram ela para uma casa, nas bocas de fumo, e começaram a agredi-la. Elas perguntavam onde estava o celular, onde minha mãe tinha vendido e minha mãe respondia que não sabia desse aparelho. Elas ameaçaram, mandaram minha mãe colocar a mão no chão para bater na mão dela, pois fazem isso com quem rouba”, contou a filha.

Após a série de agressões, a dupla encontrou o aparelho celular, conforme relatou a vítima à sua filha. No entanto, a mulher já estava desorientada e com diversos ferimentos pelo corpo. “Elas ameaçaram minha mãe, dizendo que se não tivessem achado o aparelho celular, iriam queria quebrar as duas pernas e jogar o corpo dela do [Cachoeira do Inferninho]”, relatou.

A dupla suspeita não foi localizada e, por isso, a filha teme pela vida mãe quando a mesma receber alta do hospital. “Minha mãe cata latinha e papelão, limpa a casa e terreno das pessoas, mas nunca mexeu nas coisas dos outros. A gente fica meio insegura em saber que ela terá que voltar para aquele bairro. Não é a primeira pessoa que eles batem e vai parar no hospital toda quebrada”, desabafou a familiar.

Demora em cirurgia

Além da insegurança, família da vítima teme pela saúde da mulher, que está com vários ferimentos e fraturas pelo corpo, no aguardo da realização da cirurgia.

À reportagem, a filha comenta que a mãe sente muitas dores e todas as noites a equipe lhe deixa em jejum, liberando somente no dia seguinte, por volta das 11h30 da manhã. “Em algumas ocasiões, ela chega a passar o dia inteiro em jejum, sem que o procedimento seja realizado”.

Ainda conforme a familiar, a alegação dos profissionais é que os salários estariam atrasados. “O problema é que os médicos estão há 6 meses sem receber e as enfermeiras também estão com salários atrasados. Por conta disso, as cirurgias estão demorando muito — todos os dias remarcam a dela, e já vimos pessoas esperando até 8 dias por cirurgia”, afirma a filha da vítima.

Na última terça-feira (9), profissionais da saúde da Santa Casa de Campo Grande suspenderam parcialmente as atividades e marcaram um protesto devido ao atraso no pagamento dos salários. No mesmo dia, os salários foram depositados e o protesto cancelado.

Diante da situação, o Jornal Midiamax acionou a Santa Casa, que informou, em nota, que a paciente está recebendo toda a assistência médica necessária, enquanto a aguarda a cirurgia.

Contudo, justificou que há uma superlotação do pronto-socorro e ausência de insumos devido aos elevados gastos que a mesma acarreta. Além disso, o hospital pontuou que está priorizando casos graves e urgentes, conforme critérios estabelecidos para atendimento cirúrgico.

Devido à superlotação do pronto-socorro, à ausência de insumos devido aos elevados gastos que essa superlotação acarreta, e à necessidade de priorizar casos graves e urgentes que exigem agendamento imediato, o procedimento do paciente segue em espera, conforme os critérios estabelecidos para atendimento cirúrgico. A prioridade na fila de cirurgia é determinada por uma classificação de riscos semelhante à Classificação de Manchester, sistema que avalia o grau de urgência no pronto-atendimento com base em uma escala de cores. A ordem dos procedimentos cirúrgicos é definida considerando a classificação atribuída, juntamente com a complexidade dos casos”, informou a Santa Casa.

Sequestro e tortura

A polícia foi acionada para a ocorrência por volta das 17 horas do último dia 4. A mulher apresentava múltiplas lesões corporais. Ela tinha lacerações extensas na pele e hematomas generalizados pelo corpo. Para os policiais, a vítima relatou que, momentos antes, teria sido sequestrada por duas mulheres, sendo forçada a entrar em um veículo conduzido pelas mesmas. 

Durante o trajeto, a vítima foi submetida a tortura física, agredida com um objeto semelhante a um porrete, a fim de que revelasse o paradeiro de um telefone celular supostamente pertencente a uma das autoras. As agressões foram direcionadas principalmente à região da cabeça, costelas e membros superiores, resultando em lacerações, hematomas, suspeita de concussão e possíveis fraturas nos braços e costelas, conforme relato da própria vítima. 

Após localizar o aparelho celular dentro do veículo, as autoras cessaram as agressões e abandonaram a vítima na rua, fugindo em seguida. Durante o atendimento, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel Urgência) prestou os primeiros socorros, conduzindo a vítima, consciente, mas desorientada, à Santa Casa, para atendimento médico de urgência.

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