Empresa de Campo Grande engana clientes com ‘golpe da piscina’ e dá prejuízo de mais de R$ 50 mil

A empresa simulava a venda de piscinas e ‘sumia’ após receber altos valores de pagamento

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Caso será registrado como estelionato na modalidade fraude eletrônica. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Uma empresa com endereço no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, é alvo de denúncia à Polícia Civil por aplicar o ‘golpe da piscina’ e deixar um golpe de mais de R$ 50 mil em vítimas na Capital e no interior do Estado. As vítimas denunciaram o caso na tarde desta quarta-feira (22), na Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). 

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Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a suposta empresa existe desde 2021. Ela é composta por três pessoas, sendo o proprietário, o vendedor e a esposa do vendedor que acompanha ele nos serviços. 

As vítimas, que tinham o sonho de ter piscina em casa, viram o anúncio nas redes sociais e entraram em contato com a empresa. Durante a conversa, o vendedor pedia uma entrada de 60% a 70% do valor total para que fechassem o contrato. 

Assim, as vítimas iam até o escritório, onde assinavam o contrato e, inclusive, tiravam fotos segurando o contrato. Porém, dias antes de começar os trabalhos para instalar a tão sonhada piscina, o empresário desaparece. 

Cliente passou mal

Ao Jornal Midiamax, uma aposentada de 67 anos relatou que perdeu R$ 24 mil. Ela conta que transferiu R$ 14 mil via PIX e os outros R$ 10 mil parcelou em duas vezes no cartão de crédito. 

Por pouco, a aposentada não perdeu mais dinheiro. “Até chegar a data de instalação, ele sumiu e no dia de instalar, ele quis mudar a piscina, pois pediu mais R$ 10 mil para colocar uma piscina maior. Porém, eu já tinha passado R$ 24 mil para ele, aí foi quando caiu a ficha”, explicou a vítima. 

A idosa revelou ainda que ficou cinco dias internada, pois passou mal ao saber que foi vítima de um golpe. “Minha pressão subiu e fiquei cinco dias internada. Tive que fazer vários exames, porque minha pressão não baixava”, relatou. 

Após os ânimos se acalmarem, a aposentada foi até a empresa procurar os responsáveis, mas o vendedor registrou um boletim de ocorrência de ameaça contra ela. No registro, ele alega que saiu da empresa no início de dezembro de 2024, mas que há duas semanas sofre ameaças pelos clientes.

Cinco pessoas procuraram a polícia

Até o momento, cinco vítimas procuraram a delegacia. Além da aposentada, um casal, que mora no interior, viajou até Campo Grande para registrar boletim de ocorrência contra a empresa. 

Quem também ficou no prejuízo foi uma funcionária pública, que pagou mais de R$ 15 mil para instalação da piscina. “Eu paguei a vista lá na hora, tirei a foto e fiquei esperando a instalação, que era pro dia 20 de janeiro. Porém, eu desconfiei porque uns 15 dias antes, ele iria me ligar para passar as medidas do buraco e sumiu”, relatou a vítima. 

Logo, a mulher decidiu ir até a loja física, onde uma pessoa informou que o comércio estava fechado e que outras vítimas já haviam ido ao local relatando que contrataram o serviço, mas não receberam a instalação da piscina.

“De início, eu fiquei revoltada, eu chorei com meu esposo, mas hoje eu sinto mais vergonha, pois foi um serviço (golpe) muito bem elaborado”, afirmou a funcionária pública.

Há poucos meses, um profissional de educação física também foi vítima da empresa de piscinas. Segundo ele explicou, o contrato foi feito em novembro do ano passado, no valor de R$ 14.990, e as obras iriam começar no dia 16 de dezembro. 

No dia combinado, pela manhã, o educador físico ficou aguardando a equipe, mas não obteve retorno. “Eu acordei cedo, chamei a caçamba, que ficou cinco dias lá e foi embora vazia. A partir desse momento, ele começou a inventar várias desculpas”, contou a vítima. 

Após as desculpas, o profissional passou a visitar a loja, mas não tinha retorno e então resolveu pesquisar na internet. Logo, encontrou uma publicação de uma vítima relatando o golpe, ainda em dezembro, e procurou a polícia.

Agora, o educador físico arca com um prejuízo ainda maior, pois, além do dinheiro pago aos supostos estelionatários, ele precisou contratar outra empresa para colocar piscina em sua casa. O valor ficou em R$ 10,8 mil e os trabalhos já se iniciaram.

O delegado Reginaldo Salomão, fez um alerta aos consumidores. “Peço que os consumidores pesquisem bem, não façam todos os pagamentos de uma vez. Façam os pagamentos de acordo com os trabalhos. Desconfie dos descontos e preços”, orientou.

Dono da empresa teria sofrido atentado após aplicar golpe há 2 anos

Ainda na delegacia, foi apurado pela reportagem do Jornal Midiamax que o proprietário da suposta empresa de piscinas sofreu um atentado em 2022 em uma tabacaria. Na ocasião, ele havia aplicado um golpe e estava prestes a viajar para Dubai. Após a tentativa de homicídio, foi encontrada a passagem para o exterior no bolso do empresário

O Jornal Midiamax tentou contato com a empresa denunciada, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

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