Desvio em benefícios de acolhimento em Dourados é investigado pela Polícia Civil

Irregularidade são apuradas por agentes da Delegacia de Polícia há mais de um ano

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Peritos identificaram falsificação de assinatura (Foto: reprodução, PC)

A 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados finalizou uma investigação que revelou fraudes na gestão de benefícios destinados a dez moradores da Residência Inclusiva da Grande Dourados. A instituição é responsável por acolher pessoas com deficiência física e intelectual.

Segundo informações apuradas até o momento, investigação começou após indícios de irregularidades nas prestações de contas apresentadas em 2023, que sugeriam má administração ou possíveis crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência.

A análise incluiu depoimentos de residentes, funcionários e testemunhas, além da avaliação de documentos contábeis, recibos e auditorias.

Os peritos identificaram a falsificação de assinaturas em documentos, apontando uma tentativa de manipular a contabilidade da instituição. Como resultado, foi detectado um desfalque significativo, estimado em cerca de R$ 60 mil.

Ainda de acordo com as investigações, os recursos, que deveriam ser usados para atender às necessidades básicas dos moradores – como alimentação, higiene, medicamentos e comunicação com familiares –, foram desviados.

Muitos dos residentes são pessoas com deficiência severa, incluindo dificuldades de locomoção, deficiência visual e limitações na comunicação.

A investigação segue com o objetivo de responsabilizar os envolvidos pelas irregularidades. O caso foi conduzido pela equipe da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados.

Denúncia

Ao Jornal Midiamax, a instituição que administra o programa afirmou que a denúncia partiu da gestão atual. “A instituição que administra a Residência Inclusiva para pessoas com Deficiência, da Grande Dourados, não é investigada, foi ela quem denunciou desvios na utilização do Benefício de Prestação Continuada (BPC) dos acolhidos, gerenciado pela ex-coordenadora”, disse em nota.

Então, ressalta que realizou procedimento interno. “Ao tomar conhecimento de inconsistências na gestão do BPC de acolhidos, o Presidente da Instituição solicitou à atual coordenadora, (Economista e Contabilista), que fosse efetuada uma auditoria interna, apontando possíveis irregularidades ou desvios de valores”.

Em nota, a instituição afirmou que “após as investigações, as autoridades policiais chegaram à conclusão de que a principal suspeita pelos supostos desvios é a ex-coordenadora do projeto, que respondeu pelo período de novembro 2022 a novembro 2023”. Documentos teriam tido falsificação de assinaturas para suposta fraude em contabilidade, aponta a nota. Assim, aponta que teria sido “constatado um desfalque om relação aos valores que teriam sido recebidos”.

Por fim, “a instituição esclarece que, à época dos fatos, efetuou o desligamento da ex-coordenadora, ressalta, ainda, que apresentou todas as documentações necessárias, contribuindo de forma veemente para a apuração dos fatos e que repudia quaisquer atos que possam lesionar Direitos dos acolhidos”.

*Matéria atualizada em 4 de janeiro para acréscimo de posicionamento da parte.

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