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Polícia

Defesa de acusado de feminicídio fala em acidente e quer livrar homem de flagrante

Mirielle Santos foi assassinada a tiros na madrugada de sábado (22); ela é a 4ª vítima de feminicídio em MS neste ano de 2025
Lívia Bezerra -
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Vítima morreu neste sábado após ser atingida por tiro (Foto: Reprodução Facebook)

A defesa do acusado do feminicídio da empresária Mirielle Santos, de 26 anos, em Água Clara, disse que houve um acidente e tenta livrar o cliente do flagrante. O crime aconteceu na madrugada desse sábado (22) na cidade que fica a 192 quilômetros de Campo Grande. 

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Em contato com a reportagem do Jornal Midiamax, o advogado Marcos Ivan Silva afirmou que houve um ‘acidente’. Além disso, comentou que a arma do crime já foi apreendida, bem como testemunhas ouvidas na delegacia.

“Se retrata fortemente a condição do real acontecido que seria uma triste tragédia de um relacionamento perturbado. Houve um ‘acidente’, a arma disparou e um único tiro tirou a vida da Mirielle”, defende Marcos Ivan. 

O advogado ainda disse que tenta negociar a apresentação do cliente, mas a polícia pede pela prisão em flagrante do acusado. “A defesa entende que se apresentasse poderia lançar sua versão que seria um aparato maior para a investigação e, com isso, tudo mais tranquilamente se regulariza. E ao término das investigações poderia requerer pelo que é de direito, manter em liberdade ou ainda pedir a prisão”, explicou.

‘Ele chora muito e repete insistentemente que a ama’

Ainda segundo o advogado Marcos Ivan, o acusado do feminicídio chora bastante e repete várias vezes que ama Mirielle. Ele falou também que o casal estava separado há mais de cinco meses e que a vítima teria agredido ele e o irmão.

“Repete insistentemente que a ama muito e que, na verdade, ela foi lá na casa dele, depois de separados por mais de cinco meses, avançar, bater nele e no próprio irmão que estava lá na casa, que ajudou o acusado a socorrê-la, mesmo já tendo outro relacionamento. Inclusive foi até a casa dele com o veículo de seu atual namorado”, afirmou ao Jornal Midiamax.

‘Duas vidas destruídas para sempre’

Por fim, o advogado que representa a defesa do acusado lamenta a morte da empresária. “Muito triste, mas a realidade é clara na pequena cidade, ele não queria tal resultado final, mas duas vidas destruídas para sempre. Buscaremos amenizar com verdades que ao longo das investigações serão levantadas não só pelo delegado, bem como pela defesa”, concluiu.

Feminicídio

Segundo informações do registro policial, o casal estava em um quarto quando testemunhas ouviram os tiros. Depois disso, o irmão da vítima entrou na casa e encontrou Mirielle ferida.

Ele contou à polícia que levou a irmã para o carro do suspeito e eles seguiram para o hospital da cidade. Em seguida, o acusado fugiu e deixou a caminhonete no local.

Em diligências na casa do acusado, policiais encontraram um pote plástico com várias munições de calibre .22 intactas.

No quarto onde ocorreu o crime, foi encontrado um revólver calibre .38 municiado com seis cartuchos, sendo três deflagrados e os demais intactos.

Acusado teria matado homem durante briga em 2016

O acusado da morte da empresária Mirielle teria assassinado Cleiton Eduardo dos Santos, em 2016. A vítima foi morta a tiros. A defesa alegou legítima defesa e ele foi absolvido.

Além do feminicídio e do assassinato, o acusado é apontado como autor de uma tentativa de homicídio. O crime teria ocorrido em junho de 2023. Na ocasião, ele teria esfaqueado a vítima durante uma discussão na rua.

Mirielle é a 4ª vítima de feminicídio em MS em 2025

A empresária Mirielle é a 4ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025. Antes dela, Karina Corim, a jornalista Vanessa Ricarte e Juliana Domingues foram assassinadas. Os crimes ocorreram em Caarapó, Campo Grande e na comunidade indígena Nhu Porã.

  • Karina foi assassinada pelo ex-marido que tirou a própria vida em Caarapó

Karina Corim, ferida a tiros na cabeça pelo ex-marido, morreu no Hospital da Vida, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, na madrugada do dia 4 deste mês. A amiga de Karina, Aline Rodrigues, de 30 anos, também morreu. Este foi o 1º feminicídio de 2025 no Estado.

A mulher estava internada no hospital desde o fim de semana depois de Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, ir até o estabelecimento onde estava Karina e atirar contra ela e a amiga, em Caarapó, cidade a 276 quilômetros de Campo Grande.

Renan ainda colocou fogo na loja e depois atirou contra a própria cabeça, morrendo no local. Ele usou a arma do pai, que é policial militar, para cometer o crime. Renan não aceitava o fim do relacionamento. 

  • Jornalista Vanessa Ricarte foi morta pelo ex-noivo

A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) morreu na Santa Casa de Campo Grande na noite do dia 12 deste mês, vítima de feminicídio.

Ela foi esfaqueada em casa, no bairro São Francisco, pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, que foi preso em flagrante logo após o crime. Vanessa foi esfaqueada três vezes na região do tórax e depois levada em estado gravíssimo à Santa Casa, onde veio a óbito.

  • Juliana foi assassinada com golpes de foice em comunidade indígena

Juliana Domingues, moradora da comunidade indígena Nhu Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, foi assassinada a golpes de foice, às margens da rodovia BR-163, na noite da última terça-feira (18).

Juliana foi assassinada após uma discussão com o companheiro, Wilson Garcia, de 28 anos. O crime aconteceu na frente do filho da vítima, um menino de apenas 8 anos.

Wilson fugiu logo após o crime para a aldeia Teykuê, em Caarapó, mas foi preso logo depois. À polícia, ele alegou que foi agredido pela mulher antes do crime.

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