Com quadrilhas especializadas, MS teve mais de 7 veículos furtados por dia em 2024
Foram mais de 2,7 mil veículos furtados em 2024, conforme dados da Sejusp
Lívia Bezerra –
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O ano de 2024 em Mato Grosso do Sul foi marcado por quadrilhas especializadas em algum tipo de crime. Entre eles, estão os criminosos especialistas em furtos de motocicletas e caminhonetes, que fizeram vítimas em diversas cidades do Estado.
Apesar de muito registrado neste ano de 2024, nos últimos 12 meses mais de sete veículos foram furtados por dia em Mato Grosso do Sul, enquanto 2023 foram sete. Foram 2.732 veículos furtados neste ano, contra 2.593 em 2023, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).
O último caso envolvendo quadrilha especializada neste tipo de crime foi noticiado pelo Jornal Midiamax, no dia 14 de dezembro. A polícia descobriu que uma quadrilha especializada que furtou uma Hilux e uma SW4 em Dourados – a 225 quilômetros de Campo Grande – usava codificador de chaves que custa aproximadamente R$ 50 mil reais para as ações criminosas.
Os envolvidos são de Rondonópolis, no Mato Grosso, e integrantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho). Três integrantes da quadrilha estão presos preventivamente.
Já em julho deste ano, cinco integrantes de uma quadrilha especializada em furtos de motos foram presos pelo Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar), em Campo Grande. O modus operandi ganhou repercussão após a polícia descobrir que os criminosos adulteravam as motocicletas e as vendiam na internet como ‘bob’ – que são os veículos com restrição no documento. As motos, por exemplo, que eram avaliadas em R$ 15 mil, eram vendidas pela quadrilha a R$ 3 mil.
Outro crime bastante comum que apresentou redução em 2024 é o roubo. Inclusive, roubo e furto são, por vezes, confundidos pela população, visto que ambos envolvem subtração de bens.
Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 315 roubos de veículos entre janeiro a dezembro de 2024. Já no ano passado, foram 358 registros.
Mas, você sabe a diferença entre furto e roubo?
Embora ambos os crimes envolvam subtração de bens sem autorização de seus respectivos donos, as situações que caracterizam furto e roubo são diferentes.
O furto ocorre quando o bem é subtraído na ausência do proprietário, geralmente sem violência ou grave ameaça. No caso de furto de veículo, os métodos usados pelos criminosos são discretos, pois normalmente eles usam chaves falsas, arrombamento do veículo e violação do sistema de segurança, para não serem notados pela vítima.
Já o roubo envolve a subtração do bem mediante violência ou ameaça ao proprietário e ocupantes do veículo, com uso de armas e facas, por exemplo. Neste caso, o criminoso pode usar esses objetos para forçar a vítima a entregar as chaves e sair do veículo.
O Jornal Midiamax conversou com o delegado Francis Flavio Tadano Araújo Freire, da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos) para esclarecer o assunto.
“Geralmente, os furtos ocorrem em veículos estacionados na via pública. A maioria dos veículos furtados são motocicletas e os suspeitos se utilizam de chave micha para subtraí-las. Já os roubos ocorrem, normalmente, em período noturno, em locais de baixo fluxo de veículos e de pessoas”, explicou o delegado.
E caso a vítima fique na dúvida sobre acionar a polícia ou não, o correto é denunciar. “É imprescindível que a vítima vá até a delegacia mais próxima para registrar a ocorrência policial o quanto antes. Somente com o boletim de ocorrência é que se gera a restrição criminal no veículo, facilitando ser localizado e apreendido”, ressaltou o delegado da Defurv.
Criminosos costumam ter três objetivos ao furtar veículos
Questionado sobre o destino dos veículos subtraídos pelos criminosos, Francis disse que essa questão muda bastante. “As motocicletas são, normalmente: (I) trocadas por drogas em bocas-de-fumo; ou (II) desmanchadas para a venda de peças; ou (III) adulteradas no chassi e no motor, afixada placa falsa, e vendidas como se “bob” fossem”, justificou.
O delegado pontuou inclusive que o mercado de veículos “bob” acaba fomentando os furtos e roubos. “É importante mencionar que o mercado de veículos “bob”, isto é, que ostentam apenas restrições cíveis/administrativas, é o grande fomentador de furtos e roubos de veículos, enquanto os assaltantes se utilizam desse canal para se desfazerem dos veículos subtraídos”, alertou Francis Flavio.
Latrocínio: Roubo seguido de morte
O que também ganhou repercussão neste ano de 2024 foi a forma qualificada do crime de roubo: o latrocínio – quando a violência usada pelo criminoso resulta na morte da vítima. O número de casos dobrou, se comparado com 2023.
Ao contrário do que se pensa, latrocínio é o dolo em tomar o objeto da outra pessoa mediante uso da violência ou ameaça, não de tirar a vida, mas a morte acaba ocorrendo. Neste ano, Mato Grosso do Sul fez mais de 10 vítimas de latrocínio, crime esse que faz repensar sobre o valor da vida.
O caso mais recente é o que vitimou o ex-superintendente da Cultura e professor universitário, Roberto Figueiredo – assassinado em casa na madrugada do dia 13 de dezembro nos Altos do São Francisco em Campo Grande. Um jovem de 22 anos está preso e um adolescente apreendido. O menor confessou que matou Roberto após o ex-superintendente lhe negar R$ 200. Depois do crime, ele teria roubado o Jeep Renegade da vítima e deu voltas pela cidade com os amigos usando os cartões de crédito de Roberto e até trocou o aparelho celular dele por drogas.
Em outubro deste ano, um caso de latrocínio que chamou a atenção foi o que vitimou Elielson Soares no município de Aporé, em Goiás – assassinado por três adolescentes. Após o crime, o trio fugiu para Mato Grosso do Sul com o carro da vítima, foi abordado pela polícia, mas reagiu e acabou baleado em Chapadão do Sul, cidade distante 330 quilômetros de Campo Grande.
Na época, foi revelado pela polícia que o trio havia esfaqueado Pedro Wilson Lima Vasconcelos momentos antes, ainda no estado goiano. O estudante de agronomia morreu dias depois no hospital. Após a prisão dos adolescentes, um dos menores contou à polícia que eles tinham o intuito de levar os veículos de Elielson e Pedro para desmanche e ganhar R$ 2 mil.
Em junho deste ano, o taxista Devanir da Silva Santos, de 52 anos, desapareceu com seu carro Corolla em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande. Os amigos divulgaram seu sumiço em redes sociais. Logo depois foi descoberto pela polícia que o taxista havia sido assassinado por um trio, que tinha o intuito de roubar dinheiro de sua conta bancária. Os três criminosos foram presos.
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