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Polícia

Garçom ‘alerta’ sobre prato caro e cliente denuncia racismo em restaurante chique de Campo Grande

Restaurante negou racismo e disse que história é fantasiosa
Lívia Bezerra -
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Imagem Ilustrativa. (Reprodução: Freepik)

O que era para ser um dia de felicidade se tornou um pesadelo para uma diretora audiovisual, de 25 anos, em Campo Grande. Isso porque ela decidiu comemorar o aniversário em um restaurante de alto padrão, localizado em um prédio na Avenida Afonso Pena, mas foi vítima de racismo.

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O fato ocorreu no dia 1º deste mês, mas a mulher publicou o relato de racismo somente nesta quinta-feira (13) em suas redes sociais. Na ocasião, ela disse que foi até o restaurante acompanhada da namorada para ambas almoçarem juntas às 12h.

Porém, logo que chegou na entrada do restaurante, a recepcionista teria questionado as duas sobre o que queriam no local, de forma hostil. “Como se a possibilidade de sermos clientes fosse impensável”, diz a diretora audiovisual.

Em seguida, ela e a namorada disseram que tinham uma reserva para 12 horas, mas a recepcionista teria respondido que as duas não poderiam subir pelo fato do estabelecimento estar fechado. Contudo, já haviam se passado três minutos do horário agendado e ela questionou.

“No entanto, já eram 12h03, ou seja, nosso horário de reserva já havia chegado. Questionamos sobre isso, e a recepcionista insistiu que deveríamos esperar até que ela autorizasse a entrada”, relata. 

E logo após o questionamento, aconteceu o que as duas menos esperavam de um restaurante de alto padrão da Capital. “Um homem branco chegou ao local, também para almoçar no restaurante, e foi atendido de forma totalmente diferente”, detalha a vítima.

Segundo ela, o homem não precisou se explicar, não foi barrado e recebeu um atendimento totalmente diferente. “Tratamento solícito e educado”, escreveu a vítima, enquanto era observada pela recepcionista com olhares de indiferença.

Aniversariante foi questionada após pedir pratos mais caros

Depois de um tempo, ela e a namorada finalmente entraram no restaurante e fizeram seus pedidos. Porém, minutos depois, o garçom retornou à mesa das duas para confirmar se elas queriam os pratos solicitados, visto que eram opções mais caras. 

“Ele ainda sugeriu que escolhêssemos os pratos executivos, que eram mais baratos, presumindo, que não poderíamos pagar”, acrescenta. 

Após a ida ao restaurante, a diretora audiovisual acusa o estabelecimento de tentar vender uma falsa experiência de alto padrão. “Pratos medianos, atendimento fraco, playlists de péssimo gosto, mesa instável, um buraco enorme no teto e, claro, racismo velado de sobra”.

No relato publicado nas redes sociais, a profissional conta ainda que já esteve em lugares mais simples, com atendimento impecável, comida saborosa e respeito ao cliente. Por fim, ela disse que decidiu se pronunciar sobre os fatos porque não é a única a passar por situações como essa. 

“Muitos semelhantes já devem ter vivido algo parecido e por desgaste ou medo, optaram por não expor. Mas precisamos falar sobre isso. Sempre que um episódio racista acontece, devemos denunciar. Essa gente se sente confortável em praticar racismo porque raramente sofre as consequências. Comigo, racista não passa impune!”, finalizou a vítima. 

Apesar do relato de racismo, a diretora audiovisual disse que não registrou boletim de ocorrência, visto que casos como esse são comuns.

Restaurante nega racismo e diz que é uma história fantasiosa

A reportagem do Jornal Midiamax procurou o restaurante acerca dos fatos e foi informada, em nota, que as declarações são infundadas. A nota foi enviada pelo advogado Bruno Camatte, responsável pelo Departamento Jurídico do restaurante. 

A nota diz que o estabelecimento conta com profissionais de diferentes origens e etnias em seu quadro de colaboradores e não tolera qualquer ato de discriminação. Ainda, diz que as acusações são, na avaliação do restaurante, crime de calúnia e difamação. 

Após tomarem conhecimento da publicação nas redes sociais, o estabelecimento adotou as medidas cabíveis. 

Por fim, o advogado informou à reportagem do Jornal Midiamax que a acusação “trata-se de uma história fantasiosa, que não ocorreu. A suposta vítima sequer apresentou uma prova sobre o ocorrido.”

Confira a nota na íntegra:

“O Restaurante Olivia vem a público manifestar seu total repúdio às alegações de racismo divulgadas recentemente em redes sociais. Tais declarações são infundadas e afrontam a reputação da nossa empresa, que sempre prezou pelo respeito, pela diversidade e pela inclusão.

Contamos com profissionais de diferentes origens e etnias em nosso quadro de colaboradores, o que reforça nosso compromisso de não tolerar qualquer forma de discriminação. As acusações feitas não condizem com a verdade, configurando, em nossa avaliação, crime de calúnia e difamação.

Diante disso, informamos que o nosso departamento jurídico está adotando todas as medidas legais cabíveis para responsabilizar os envolvidos. Reiteramos que nossa empresa é séria, conduzindo suas atividades com ética e respeito a todos os clientes e colaboradores.

Agradecemos a compreensão de nossos parceiros e clientes, e reafirmamos o compromisso de continuar oferecendo um atendimento de excelência, baseado na igualdade de tratamento e na valorização de cada indivíduo.”

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