‘Cantinho sem maldade’, diz dono de mercado sobre local onde guardava carne estragada 

Ele foi preso em flagrante e também armazenava vacinas de boi com o alimento

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(Reprodução: Polícia Civil)

O empresário, de 51 anos, preso por guardar vacinas de bois com carne estragada em seu supermercado no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, alegou que os itens eram armazenados em um ‘cantinho sem maldade’. Equipes da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) prenderam o suspeito nesta quinta-feira (16) e ele passará por audiência de custódia.

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Durante interrogatório na delegacia, o empresário disse que é sócio proprietário do supermercado há 11 anos, mas que o estabelecimento não tem autorização do SIM (Serviço de Inspeção Municipal). À polícia, ele reconheceu que havia carne vencida na câmara fria, mas alegou que iria descartá-la provavelmente neste sábado (18), pois iria aguardar o ‘osseiro’ de uma outra empresa para realizar o descarte.

Segundo o boletim de ocorrência, durante a fiscalização os policiais apreenderam na primeira câmara fria 1.081 quilos de carne bovina. Ainda 212 quilos de linguiça artesanal sem SIM, bem como 41 quilos de coração de boi e 41 quilos de frios. 

O empresário, por sua vez, alegou que os produtos não estavam vencidos. Ele disse à polícia que os alimentos estavam manchados com data de validade para este ano de 2025. 

Durante a verificação no local, a Polícia Civil ainda encontrou outras carnes em uma segunda câmera fria. Já no interrogatório, na delegacia, o dono do supermercado confirmou que parte dos produtos, de fato, estavam sem identificação e data de vencimento. 

No estabelecimento a polícia ainda encontrou vacinas para cachorros, cavalos e bovinos que, segundo o dono, eram de origem de sua fazenda, que ele vendeu anteriormente. Portanto, ele afirmou que as vacinas seriam da propriedade, pois sobravam durante o manejo com os animais. Contudo, ele alegou que as deixava em um “cantinho, sem maldade” no supermercado.

Empresário acusa açougueiros diaristas

Além das carnes, a polícia apreendeu outros alimentos, como  235 salsichas, vencidas há mais de três meses, no supermercado. O sócio do proprietário confirmou o fato na delegacia e afirmou que sabia do item vencido, que compraram em grande quantidade. Porém, ele alegou que a salsicha era manejada por açougueiros diaristas que mantinham o alimento incorretamente. 

(Reprodução: Polícia Civil)

Dono de supermercado confessa que peixes não foram inspecionados 

Quase 600 quilos de peixes com vísceras oriundos de produção clandestina foram apreendidos no estabelecimento. E durante o interrogatório na Decon, o dono disse que os peixes são de sua piscicultura particular que fica em uma chácara já vendida. 

Ainda na delegacia especializada, o sócio proprietário disse que os peixes não foram congelados estragados, mas negou que tenham registro junto ao Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), confirmando que não foram inspecionados. 

Aos policiais, o comerciante confirmou que a caixa de linguiça encontrada no supermercado estava sem identificação e que era fabricada no próprio açougue do local. 

Na segunda câmara fria, além das salsichas, 272 quilos de carne suína, já sem as características organolépticas, 58 quilos de frango, 32 quilos de calabresa e 538 quilos de peixes com vísceras.

Entretanto, o empresário alegou que a carne suína estava esbranquiçada devido ao gelo. 

Empresário nega casulos de larvas

Durante o flagrante no supermercado, embaixo do expositor de venda ao cliente, foi observado pelas equipes que a carne para charque estava infectada de casulos de larva de mosca. A mesma carne seria utilizada para produção de linguiça e charque.

Apesar da Polícia Civil e do Procon constatarem a presença dos casulos, inclusive, com fotos, o dono negou a existência das cascas de larvas e também negou que o charque e a linguiça eram abastecidos com carnes estragadas em seu estabelecimento.

Por fim, sobre os produtos frios e fatiados apreendidos na padaria do supermercado, o empresário reconheceu a presença dos itens no local sem identificação ou data de vencimento, mas alegou que não era em grande quantidade. Afirmou também que os produtos são fatiados diariamente e possuem seus prazos de validade acompanhados conforme os rótulos. 

Ao fim de seu interrogatório, ele disse que o açougue estava com a licença sanitária vencida, mas que já foi feito um pedido. 

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