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Polícia

Brigadas são ‘primeira força de combate’ a incêndios em Mato Grosso do Sul

Só em 2025, mais de 750 pessoas passaram por curso de combate a incêndios do Corpo de Bombeiros Militar
Adriel Mattos -
Brigadista realiza trabalho de limpeza de aceiro. (Foto: Divulgação, IHP)

Depois de temporadas intensas de queimadas em , as brigadas comunitárias ganharam ainda mais relevância. Apenas em 2025, mais de 750 pessoas passaram pelo curso de combate a incêndios do Militar.

Qualquer pessoa pode fazer e não há custo para participar. Porém, há uma exigência de uma turma de pelo menos dez pessoas, para que a corporação atenda à solicitação. Fazendas e ONGs (organizações não governamentais) são as que mais necessitam desses grupos.

Apesar da importância do curso, os bombeiros alertam que a brigada não deve combater o fogo sozinha. O objetivo do grupo é evitar que as chamas se alastrem até a chegada dos militares.

Curso de brigada pode ser ministrado com grupos de dez ou mais pessoas

A partir da temporada de incêndios florestais de 2020 é que o manejo integrado do fogo voltou a ganhar força no Estado. Na época, em áreas onde, antes, o fogo não chegava, tudo virou cinzas.

O acúmulo de matéria orgânica em anos anteriores foi a causa de queimadas tão intensas há cinco anos. Nos anos seguintes, as mudanças climáticas influenciaram os incêndios. Daí a importância ainda maior do manejo integrado.

“A estratégia para esse ano, do Corpo de Bombeiros, é formar o máximo de pessoas para que a gente comente e fale sobre o fogo. O fogo não é o vilão”, explicou o major Eduardo Teixeira, subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental dos Bombeiros.

“Qualquer grupo da sociedade civil organizada como um todo, seja ONG, seja empresa, sejam órgãos públicos que desejam a formação de brigada administrada por nós, basta solicitar por e-mail”, complementou o subdiretor. O endereço é cpacbm@gmail.com.

Major Eduardo Teixeira, subdiretor de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de MS. (Foto: Eliel Dias, Jornal Midiamax)

O curso mobiliza pelo menos quatro militares, especializados em atendimento pré-hospitalar e incêndios florestais. São dois dias de aulas teóricas e práticas.

As formações são regulamentadas e só podem ser ministradas pelo Corpo de Bombeiros ou pelo Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), do (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

“Quanto maior for a demanda, mais equipes eu destino para a mesma formação. A gente vai fechar a turma ali entre dez e 30 pessoas, cada um vai ter uma equipe. Formamos de uma vez 170 militares do Exército, mas lá enviei seis equipes”, exemplificou.

É importante destacar que o curso tem outros limites. Por exemplo, a corporação não ministra o curso para a comunidade no entorno de um terreno baldio, já que a efetividade da formação é muito limitada. Ou seja, é voltada para áreas florestais.

“Caso tenha uma comunidade perto de um parque estadual, de uma área extensa de vegetação, aí eu tenho outro cenário. Porque daí é um incêndio que pode perdurar, mesmo em áreas urbanas, por horas, dias, dependendo da situação”, justifica o major Teixeira.

Curso é adaptado para realidade local

O material a ser usado pela brigada depende das condições do grupo. “A gente estrutura o curso conforme a realidade do local que eu estou ministrando. Mas tem algumas situações com ONG, que fornece para a comunidade os equipamentos de proteção individual”, comenta.

“Em alguns cenários de comunidades que querem saber sobre o fogo, mas não têm os meios necessários, a gente vai ministrar o curso com o que o pessoal tem; porque, se a pessoa tem uma calça jeans e uma camiseta de manga longa, é [com] isso que ela vai combater o fogo. Não vai combater o fogo de grande intensidade, mas consigo transmitir para ele conhecimento suficiente para evitar a ocorrência do fogo e para conseguir proteger a sua casa”, conclui.

Com o curso concluído, o objetivo é de que o brigadista mantenha a situação sob controle até a chegada dos bombeiros. Com essa formação, a chance de que o cenário piore diminui drasticamente.

“A função da brigada é tentar controlar a situação até que os bombeiros cheguem e extingam o problema. Exatamente, em alguns cenários, a própria comunidade vai conseguir resolver; mas, quando não conseguir, ou quando a situação exigir, a gente vai chegar com maior capacidade operacional, a gente vai chegar com mais estrutura para auxiliar aquela pessoa, aquela empresa, aquela comunidade que já está resolvendo o problema, a gente vai chegar com esse reforço para resolver juntos”, detalha.

Ele explica que é comum que as pessoas se desesperem ao verem um incêndio florestal, mas manter a calma e controlar a situação é primordial, até para evitar mortes.

“Primeiro, aciona o Corpo de Bombeiros; depois, tenta fazer algo. Se a intensidade das chamas é muito grande, então, faça o mínimo, proteja o que for mais valioso, especialmente a vida”, recomenda o subdiretor.

Atividade de educação ambiental em escola rural na comunidade do Aterro do Binega. (Foto: Divulgação, IHP)

No Pantanal, brigada composta por indígenas é ‘barreira’ contra fogo

Em setembro de 2024, o Prevfogo e o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) formaram a Brigada Uberaba, na aldeia homônima do Território Indígena Guató, na Ilha Ínsua, a 350 quilômetros de .

São 24 mulheres e homens da aldeia divididos em três esquadrões. Por estar em uma área de difícil acesso, a brigada representou um avanço para a comunidade de cerca de 100 famílias.

“Traz mais segurança na questão de prevenção do fogo, que tem assolado muito nosso Pantanal e também a nossa saúde e animais que aqui vivem”, destaca o cacique Luiz Carlos de Souza.

Além disso, o trabalho gera uma fonte de renda para as famílias envolvidas. “A maioria são pais de família e, com o salário, hoje, podem comprar o que precisam para os filhos”, celebra.

Para o diretor-presidente do IHP, Ângelo Rabelo, as ações de prevenção são fundamentais na preservação do Pantanal, que foi muito castigado pelo fogo nos últimos anos.

“Desde 2020, estamos evoluindo, no Pantanal, com relação ao olhar para termos mais ações de prevenção aos incêndios. Destaco que as brigadas devem atuar, cada vez mais, com um conhecimento maior sobre o uso do fogo para ser prevenido o risco dos incêndios”, avaliou.

Rabelo também frisa que a educação ambiental, aliada a essa ação, reforça essa necessidade de cuidar do bioma.

“Precisa ter também esse caráter além de brigada, para agir só com incêndios, e poder atuar nos plantios para recuperação, nas atividades da educação ambiental. São exigências que temos que estar preparados para atender aqui no Pantanal, para garantir a conservação do território e da biodiversidade”, finaliza.

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