O vendedor ambulante Eleilsson Macedo de Oliveira pode ter ajudado a salvar centenas de vidas no Terminal Morenão na tarde desta quarta-feira (8) em Campo Grande. Ele foi uma das poucas testemunhas oculares do homem ‘barbudo’ que abandonou duas sacolas com explosivos no local.
Isso porque os dias apressados no Terminal tiveram uma pausa com a ameaça de bomba. Atento, Eleilsson foi quem acionou a Polícia Militar após perceber a movimentação estranha do suspeito, que estava desde às 11h no local.

“Achei estranho. Um cara barbudo, jovem, com máscara cirúrgica e de pé o tempo todo. Ele estava com as sacolas nas mãos, observando o movimento das crianças na hora de saída e de entrada da escola, subindo e descendo dos ônibus”, disse.
Eleilsson percebeu que por volta das 14h o rapaz acendeu um fogo em uma das sacolas. “Começou a sair uma fumaça e já liguei para a polícia para avisar”, conta.
Por sorte, a bomba não pegou fogo e deu tempo da polícia analisar o material e desarmar o artefato.
Segundo o vendedor, o rapaz saiu correndo em direção à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ele vestia calça e casaco pretos.
Ameaça de bomba
Um ‘barbudo’ usando máscara cirúrgica abandonou, na tarde desta quarta-feira (8), duas sacolas com supostas bombas no Terminal Morenão, em Campo Grande. Os pacotes continham ameaças e mensagens relacionadas ao comunismo, deixando passageiros e trabalhadores em alerta.
O esquadrão antibomba da Polícia Militar foi acionado para analisar os artefatos, em uma operação que durou cerca de 1h30 e interditou o terminal, causando transtornos no transporte público. Foi descoberto, após desarmar a bomba, que havia pedaços de azulejo nela, para causar maior poder de destruição caso ela fosse acionada.
Os policiais chegaram ao local por volta das 16h e isolaram a área com apoio do Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Polícia Civil e da Guarda Municipal. Os técnicos do esquadrão antibomba vestiram trajes especiais para analisar os artefatos e decidiram utilizar um canhão disruptor, um jato d’água de alta pressão que desarma explosivos sem os detonar.
Segundo o comandante da operação, a escolha do método foi feita após a avaliação de que não havia risco de explosão imediata. “Se fosse um artefato mais complexo, removeríamos para um local seguro e o detonaríamos”, explicou. Após o procedimento, foi descoberto que as bombas caseiras continham cacos de azulejo, o que aumentaria seu poder de destruição.
Enquanto a operação ocorria, os ônibus foram desviados para a Avenida Costa e Silva, que serviu como ponto de transbordo provisório. Passageiros foram orientados a aguardar do lado de fora do terminal, mas muitos motoristas, sem conhecimento da ameaça, tentaram acessar o local, gerando tumulto. Fiscais trabalharam para organizar o fluxo de veículos e pessoas durante a interdição.
Investigação em Andamento
A Polícia Civil já iniciou as investigações para identificar o barbudo que abandonou as sacolas. Até o momento, não há informações sobre motivações ou possíveis ligações do suspeito com grupos extremistas. As mensagens políticas deixadas nos pacotes estão sendo analisadas agora pelo Garras.
Após a confirmação de que não havia mais riscos, o terminal foi liberado. Qualquer situação suspeita deve ser comunicada imediatamente ao 190.