O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestou pela desistência da oitiva da mãe de Sahu Abel Heyn, o ‘coach de inteligência emocional, que assassinou o próprio pai Hugo Abel Heyn. O crime ocorreu no Bairro Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, no dia 26 de junho.
O ‘coach’ está preso desde o dia 28 de junho, quando foi encontrado pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) na Avenida Touros Puxian, em Campo Grande. Logo depois, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu pela sua prisão preventiva, deferida em audiência de custódia.
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O juiz de Direito Aluizio Pereira dos Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou a denúncia do MPMS. Assim, Sahu virou réu e o magistrado havia determinado que ele seja citado para que, em dez dias, responda à acusação, através de um defensor.
Após a Justiça colocar a mãe do acusado, no rol das testemunhas, a mulher não foi intimada, visto que não foi encontrada no endereço diligenciado. Diante dessa não localização, O MPMS protocolou a manifestação pela desistência da oitiva da testemunha.
“Ante o exposto, o Ministério Público Estadual manifesta pela desistência da oitiva testemunha Sandra Regina Inverso Ramires Heyn inti”, diz parte da decisão.
‘Vou fazer pedacinho de você’
Conforme relato da esposa da vítima e mãe do autor, o homicídio ocorreu após uma discussão entre pai e filho por volta das 23h do dia 26 de junho. Segundo ela, o filho apresentava irritação e parecia estar em surto, sendo que tentou acalmá-lo, mas sem sucesso.
Hugo estava deitado na cama e começou a rir da situação. Neste momento, o autor teria dito “vou fazer pedacinhos de você, o que está olhando? Tá duvidando, vou fazer agora”. Em seguida, a mulher fechou a janela do quarto e trancou a porta.
O autor arrebentou a porta do quarto, pulou em cima da vítima com uma faca e desferiu diversos golpes, tendo atingido seu tórax e braços. Hugo já estava caído no chão, quando o autor ainda teria desferido chutes contra sua cabeça. A mulher pediu para o autor parar com as agressões, no entanto, sem sucesso.
Ela conseguiu sair da casa e buscou ajuda com familiares que moram nas proximidades. Ao retornar para a residência, a vítima estava caída e o autor já havia fugido do local. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, prestou os primeiros atendimentos, mas a vítima não resistiu e morreu.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a esposa de Hugo sai na rua com o roupão sujo de sangue, pedindo ajuda após o crime. Nas imagens, é possível ver que, na frente da casa, há uma conveniência onde estão várias pessoas. A mulher chega com um roupão sujo de sangue, pedindo ajuda após Hugo ser esfaqueado várias vezes, no tórax, pelo filho.
Autor era ‘coach’ e ensinava sobre inteligência emocional nas redes sociais
Além do histórico violento, o homem ainda ostentava o título de professor de inteligência emocional, e se apresentava como especialista em diversas áreas, desde terapias holísticas e corporais, até oratória, em postagens nas redes sociais.
Em seu perfil, foram encontradas publicações com temas como: superar as frustrações e os medos; para ter prosperidade é necessário ‘mudar’ a mente; e como os pensamentos moldam a realidade.
Nas legendas, o ‘coach’ dizia: “Se seus pensamentos são negativos, você reforça padrões que te limitam, muitas vezes sem nem perceber… E assim, sua vida entra em um ciclo de repetições”. Já nos stories, divulgou fotos em uma competição de corrida.
Passagens por violência doméstica
Conforme apurado pelo Midiamax, na ficha criminal do autor, constam passagens por lesão corporal dolosa, perturbação da tranquilidade (no âmbito da violência doméstica) e quatro descumprimentos de medidas protetivas de urgência. Ele também já atentou contra a própria vida.
A ex-companheira do acusado registrou boletim de ocorrência contra ele em 2022. Na época, o homem teria mandado mensagens via e-mail e WhatsApp dizendo que queria reatar o casamento e se declarando. Inclusive, ele teria usado até o e-mail de Hugo e da própria mãe para tentar contato com a ex.
Com o registro do boletim de ocorrência, a mulher solicitou medidas protetivas contra ele, que foram descumpridas.
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