Anestesiados: assim estão os moradores da região do bairro Taquarussu, em Campo Grande, um mês após a morte da pequena Emanuelly Victória, de 6 anos, que foi sequestrada e estuprada pelo vizinho. O crime ocorreu no dia 27 de agosto.
A vida seguiu para os vizinhos de Emanuelly que lembram da menina como sendo alegre. “Dava oi para todo mundo, mesmo para quem não conhecia”, disse uma vizinha ao Jornal Midiamax, na manhã desta segunda-feira (29). Com a tragédia que abalou a família, eles se mudaram e a casa, que antes era cheia e com crianças correndo, hoje está vazia.
Uma vizinha contou ao Midiamax que a mãe de Emanuelly ganhou o bebê que esperava. A mulher estava grávida de oito meses quando a filha foi cruelmente assassinada por Marcos Willian, que morreu em confronto com policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações).
Agora o que se vê na vila de casas é a lembrança da menina alegre que era Emanuelly. Medo? os vizinhos dizem ter um receio que algo parecido possa voltar a acontecer na região. Mas depois de um mês, a vida seguiu e só ficaram as lembranças.
Sobre a família de Emanuelly, nenhum vizinho soube dizer para onde se mudaram. Mas, os vizinhos contaram que nunca presenciaram nenhum tipo de maus-tratos contra Emanuelly pela família dela.

Gritos de desespero ao saber de morte da filha
O relógio marcava 2h22 da madrugada, quando a mulher, que estava grávida, passou na Rua São Gabriel gritando e chamando pela filha. O áudio desesperador foi capturado por uma câmera de segurança, onde a mulher dizia: “Minha filha!”
O crime brutal chocou a cidade de Campo Grande. Além do áudio da mãe, câmeras de segurança registraram Emanuelly e seu assassino andando pelas ruas do bairro, ao lado de um cachorro. Entretanto, o que a família não sabia era que aquele seria o último registro dela viva.
“Ele [Willian] veio e pegou a menina cedo aqui, por volta das 8 horas. Quando foi 11 horas, ele foi comigo fazer uma diária de serviço e ficou a tarde inteira comigo, minha filha lá na casa dele, já morta”, detalhou o pai David Bernardes, de 26 anos.
Assassinato
Emanuelly foi encontrada morta numa banheira, embaixo de uma cama, dentro da residência de Marcos Willian, localizada na Rua Joaquim Manoel de Carvalho, na Vila Carvalho, em Campo Grande.
Quando os policiais chegaram à casa do suspeito, encontraram a residência vazia. O chão da cozinha estava sujo de barro e com marcas de chinelo. Com isso, eles entraram na casa e fizeram uma varredura.
Em um dos cômodos, os policiais ergueram uma cama e, embaixo, estava uma banheira de bebê contendo, em seu interior, um volume grande enrolado em uma coberta marrom, presa com fita adesiva. Ao abrirem parcialmente a coberta, Emanuelly foi encontrada morta.
Alta periculosidade
Aos 14 anos, Marcos Willian estuprou um bebê de 1 ano e 5 meses, abandonando a criança em meio a um matagal. O bebê sobreviveu. Anos depois, Marcos estuprou de forma contínua a enteada. Ele ainda era adolescente quando cometeu este outro estupro.
Mas por que Marcos Willian estava solto? Perante a lei, ele cometeu, ainda quando adolescente, um ato infracional, uma infração análoga a crime, que está prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Neste caso, o adolescente é considerado inimputável penalmente, o que significa que ele não é criminalmente responsável como um adulto.
Marcos Willian passou por duas vezes pelo sistema da Unei (Unidade Educacional de Internação), com medidas socioeducativas aplicadas para ele. Quando adulto, ele teve passagem por violência doméstica.
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(Revisão: Bianca Iglesias)