O policial penal Odair Pereira da Silva — cooptado pelo Comando Vermelho e alvo da operação Bloodworm — foi demitido do serviço público. A demissão foi publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) de Mato Grosso do Sul desta quinta-feira (9).
De acordo com a decisão, assinada pelo diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Rodrigo Rossi Maiorchini, a pena ocorre após o PAD (Procedimento Administrativo), em consonância com o Relatório Final da Comissão Processante e Nota Técnica da Corregedoria Geral, apurar que houve uma “tipificação no ordenamento jurídico disciplinar em vigência perante a Administração do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso do Sul”.
Odair foi alvo da operação Bloodworm, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em maio de 2023. A operação revelou que três integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, que cumpriam pena, ainda davam ordens para execução de crimes.
O policial penal foi cooptado pela facção, pois recebia para entregar aparelhos celulares aos presos. Também, uma mulher atuava como espécie de recrutadora de novos filiados da organização do lado de fora da cadeia, no Mato Grosso.
Investigados foram condenados a 428 anos de prisão
Em maio deste ano, o policial e outros 72 integrantes da organização criminosa da facção Comando Vermelho foram condenados a penas que somam 428 anos de prisão.
Também foram condenados a multas superiores a 10 mil dias-multa, equivalentes a mais de meio milhão de reais. Na sessão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, no dia 24 de abril, os desembargadores decidiram manter as condenações de cinco envolvidos no esquema, pelos crimes de corrupção passiva e ativa, além de organização criminosa.
Operação “Bloodworm”
A operação “Bloodworm” foi deflagrada no dia 5 de maio de 2023, quando cumpriu 92 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Campo Grande e outras cidades em Mato Grosso do Sul, além de estados como Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso. A ação foi para combater a expansão do Comando Vermelho que vinha crescendo no Estado com a conivência de policiais penais e advogados corrompidos, facilitando a comunicação entre presos e comparsas em liberdade para planejar crimes.
Revelou-se a estruturação do Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul, como uma rota estratégica para o tráfico de drogas e armas devido à sua localização geográfica. A operação contou com o apoio de diversas equipes de segurança e inteligência de outros estados.
O nome “Bloodworm” faz referência a um verme conhecido por sua ferocidade e resistência, características semelhantes às ações da organização criminosa atacada.
💬 Fale com os jornalistas do Midiamax
Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?
🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.
✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.