O corpo do arquiteto chinês Kongjian Yu foi identificado por necropapiloscopia em Campo Grande, nesta terça-feira (30). Ou seja, a identificação aconteceu por meio de comparação de digitais. Yu e mais três pessoas morreram após queda de avião em fazenda no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
O processo de comparação começou na segunda-feira (29). Houve coleta de impressões digitais em condições de análise e confronto papiloscópico. Após o procedimento, a equipe realizou “contato com o representante da Interpol, Alexandre Deitos, Chair [coordenador] do Grupo de Trabalho em DVI (Identificação de Vítimas em Desastres, em português) da INTERPOL”.
Portanto, solicitaram apoio para a busca de dados “PM do cidadão chinês por meio das redes de apoio internacionais”. Nesta terça-feira (30), foram enviadas “as impressões digitais padrão, com os dados do passaporte do chinês constantes nos arquivos do FBI”.
“Neste momento estão sendo confrontados pelos peritos papiloscopistas do IIGP, para certificar e emitir o laudo necropapiloscópico”, informou a Polícia Científica de Mato Grosso do Sul ao Midiamax.
Família do arquiteto
A família do arquiteto deve chegar ao Brasil nesta quarta-feira (1º). Esposa e filha de Yu iriam ajudar na identificação do corpo com coleta de material genético.
Com o material genético, as equipes técnicas fariam o confronto de DNA. Contudo, o corpo já passou por identificação.
A confirmação da identidade poderá liberar o corpo aos familiares. Além disso, representantes da Seção Consular da Embaixada da China no Brasil chegaram a Campo Grande na segunda-feira (29). Assim, participaram de reunião no núcleo de Perícias de Mato Grosso do Sul.
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Avião bateu em árvores
O relatório preliminar do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) aponta que a aeronave que transportava o piloto Marcelo Pereira, os cineastas Rubens Crispim e Luiz Fernando, além do arquiteto chinês Kongjian Yu, bateu em árvores antes de cair.
O acidente aéreo ocorreu na noite em 23 de setembro, na Fazenda Barra Mansa, em Aquidauana. O registro da ocorrência marca como ‘colisão com obstáculo durante a decolagem e pouso’. Conforme o documento, a conclusão terá o menor prazo possível, porém não estima datas.
Os trabalhos periciais continuam em andamento, ou seja, ainda não há conclusão. Entretanto, conforme o documento anexado no Portal do Cenipa, “durante a aproximação para pouso, houve a colisão da aeronave com árvores e posteriormente contra o solo”.
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O que se sabe sobre o acidente:
- O arquiteto Kongjian Yu e os brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Júnior estavam no Pantanal desde o dia 20 deste mês, para gravar um documentário. Marcelo Pereira Barros, o piloto e dono do avião, havia sido contratado para levar o grupo aos lugares.
- O grupo deveria retornar na terça (23), quando ocorreu o acidente e o avião caiu, explodindo na cabeceira da pista.
- Os corpos ficaram carbonizados e exames de DNA vão identificar as vítimas. O resgate dos corpos demorou cerca de 9 horas, devido à dificuldade de acessar o local do acidente.
- No caso do arquiteto Kongjian Yu, exames para identificação oficial só tiveram início após permissão da Embaixada da China.
- A queda do avião ocorreu quando Marcelo teria feito a manobra de arremeter a aeronave, ocasionando a perda de altitude e a queda do avião.
- Houve suspeita de que uma manada de porcos-do-mato estaria na pista quando o piloto tentou a manobra. Contudo, a Polícia Civil descartou a possibilidade.
- O avião tem fabricação datada em 1958 e não tinha autorização para trabalhos de táxi aéreo.
- A aeronave não tinha instrumentos para voar à noite.
- O avião foi alvo da Operação Ícaro em 2019, por irregularidades.
- Por fim, morreram no acidente o piloto Marcelo Pereira de Barros, o arquiteto chinês Kongjian Yu e os cineastas Luiz Fernando Ferraz e Rubens Crispim Jr.
- Já estavam identificados e liberados os corpos do piloto Marcelo Pereira de Barros, do cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e do produtor e diretor Rubens Crispim Júnior.
*Matéria alterada às 15h54 para acréscimo de informações sobre o processo de identificação.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)