Em julgamento pela acusação de matar Roseney Siqueira da Silva em abril de 2023, no Parque dos Novos Estados, região norte de Campo Grande, o motorista Rosalvo Machado, de 68 anos, disse nesta terça-feira (20) ter sido ofendido pela vítima no dia do crime. Ele foi ouvido na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum da Capital.
Rosalvo, que respondeu apenas aos questionamentos da defesa, disse que não conhecia Roseney, que tinha ido ao bar acompanhado da filha. O réu alega que a vítima teria chegado ao estabelecimento e cumprimentado antes de começar a constrangê-lo.
“Eu estava com o taco na mão, pegou, ficou olhando, aí devolveu de uma maneira brusca o taco no meu peito e falou ‘pega esse taco que isso aí é só para velho mesmo, que tem que levar na tapa na cara pra jogar com um taco desse’”, relatou o autor.
Em resposta, Rosalvo teria dito a Roseney que não queria brigar. A vítima teria se virado e voltado para a mesa onde estava sentado com a filha. Mesmo assim, Roseney teria mantido as provocações.
Clientes do bar teriam ido até a vítima e pedido calma. Mas Rosalvo decidiu ir até Roseney, quando foi agredido com uma garrafada na cabeça. Além disso, a filha teria o atingido cinco vezes com uma cadeira.
O réu sacou um canivete e, para se defender, mirou um golpe no braço, mas atingiu o peito da vítima. Rosalvo deixou o local em seguida, e chegou a ser perseguido por alguns metros pela filha e mais dois homens.
Ele ainda afirmou que a filha de Roseney o perseguiu até sua casa, forçando-o a se mudar duas vezes. O depoimento de Rosalvo encerrou a primeira parte do julgamento.
Em júri, filha de Roseney contesta versão do réu
Primeira a depor no Tribunal do Júri, a filha de Roseney disse que teria ido visitar o pai e que ela foi convidada a ir ao bar. A vítima teria se recusado a participar de um torneio de sinuca no local para ficar com a filha.
Após uma hora no local, Roseney disse à filha que Rosalvo o estava encarando de modo estranho. Além disso, o réu ainda fez gestos de bater no peito e chamá-lo até a mesa de sinuca.
A filha pediu para ir embora, mas a vítima se recusou. Pouco depois, Rosalvo foi até a mesa dos dois. Os dois começaram a lutar, e em seguida, o réu sacou o canivete e desferiu cinco golpes contra a vítima.
Para impedir a agressão, a mulher disse ter dado cadeiradas em Rosalvo. Em seguida, ele fugiu e a filha tentou impedi-lo, mas não conseguiu.
A outra testemunha, indicada pela defesa, é o patrão de Rosalvo. Ele afirmou que nunca viu nenhum ato do réu que desaprovasse, e que ele nunca foi trabalhar bêbado, nem causou qualquer confusão.
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