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Polícia

Com 5 décadas de história, Guanandi enfrenta insegurança que preocupa milhares de moradores

Comerciante que teve estabelecimento alvo de bandidos mais de 20 vezes já gastou cerca de R$ 80 mil com reforço na segurança
Lívia Bezerra -
Equipamento de segurança reforçado por comerciante para prevenir invasão de criminosos. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Fundado há mais de 50 anos, o é uma região bem localizada em , mas enfrenta problemas constantes de furtos e roubos, que geram insegurança entre moradores e comerciantes.

Desde furtos de hidrômetros a botijão de gás, os moradores e comerciantes lidam com todo tipo de invasão em seus imóveis. O aumento nos crimes, aliado à insegurança, preocupa as 17 mil pessoas que habitam o Guanandi.

Nos próximos dias, o Jornal Midiamax fala sobre o desenvolvimento desta região em seu novo projeto, o Fala Povo: Midiamax nos Bairros. Ao longo desta semana, no site, jornal impresso e programa televisivo do Jornal Midiamax (canal 4 da Net), várias histórias serão mostradas, além de curiosidades, pontos gastronômicos, segurança e tudo o que envolve o cotidiano da população local.

Nesta semana, você acompanha reportagens que vão culminar com uma edição ao vivo do programa, transmitida da região no dia 27 de setembro, próximo sábado.

Comerciante teve estabelecimento alvo de bandidos mais de 20 vezes

O comerciante José Cassiano Leite, de 61 anos, é uma das vítimas dos criminosos no Guanandi. Ele tem um estabelecimento de venda de gás de cozinha desde 1985, na Rua Barra Mansa, uma das vias mais movimentadas na região.

Durante entrevista ao Jornal Midiamax, José contou que o estabelecimento é mantido por ele, esposa, o filho e a nora. Durante as quatro décadas de existência, o comércio já foi alvo de bandidos mais de 20 vezes.

“A segurança sempre foi um problema para todos nós aqui do bairro, aqui já entraram mais de 20 vezes. Cada vez que eles entravam, a gente colocava um item a mais para garantir a nossa segurança. Então, hoje temos um monitoramento, mas mesmo assim, tentaram invadir aqui recentemente, embora o rapaz tenha tomado um choque e desistiu de entrar. Mas muita gente é aqui é assaltado”, comenta o comerciante.

José Cassiano Leite, comerciante. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O último episódio ocorrido no estabelecimento de José foi no dia 10 deste mês. Era 5h25 da madrugada, quando um suspeito foi flagrado por câmeras de segurança subindo no imóvel e tentando danificar a cerca elétrica para adentrar o local.

O suspeito, inclusive, usava uma luva em uma das mãos, mas mesmo assim sofreu um choque e desistiu da empreitada criminosa. O prejuízo com as ações criminosas, segundo o comerciante, já chegou a R$ 80 mil.

“Aqui já gastamos cerca de R$ 80 mil, contando tudo desde o início. Pois cada vez que entram aqui, a gente corrige o que está errado e o que falta [de segurança]. Então, investimos bastante. Nós já trocamos de operadora três vezes porque os marginais roubam os cabos de telefonia que custam de R$ 50 a R$ 60 mil para repor”, relata José Cassiano.

Para José, falta um policiamento com mais rondas ostensivas pelo bairro. “A gente se sente inseguro e vulnerável perante essa situação. É muito difícil, pois temos o dia todo para trabalhar, à noite vamos descansar e acordamos com essa surpresa. Eu acredito que os poderes da segurança pública deveriam colocar mais policiamento, mais rondas ostensivas”, pede.

Onda de criminalidade preocupa moradores

No entanto, não é somente o comércio de gás que é alvo dos bandidos. Segundo o presidente do bairro, Rafael Oliveira, de 29 anos, desde que os moradores em situação de rua saíram da região da antiga rodoviária da Capital e se mudaram para o pontilhão da Avenida Presidente Ernesto Geisel com a Manoel da Costa Lima, percebe-se um aumento nos furtos e roubos.

“A gente já teve furto de hidrômetros, de relógios, fiação de telefonia, até mesmo dentro de residência. Já teve situações do morador acordar no escuro, olhar no padrão e não ter os fios”, diz Rafael.

Com a onda de furtos e roubos que assola a região, os moradores encontraram uma saída que, por vezes, não é o suficiente. “A saída é a pessoa se fechar dentro de casa, muitos moradores colocam concertinas, câmeras de segurança. Recentemente, criaram um grupo de WhatsApp com a vizinhança para falar sobre cidadãos suspeitos que estão na frente das casas ou na residência do vizinho que às vezes está sem ninguém, para poder cuidar”, explica o presidente do bairro Guanandi.

Rafael Oliveira, presidente do bairro.(Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

À reportagem, Rafael comenta que recebe bastante reclamações de falta de , o que gera a escuridão, facilitando as ações criminosas. “A falta de iluminação traz a segurança que não tem dentro do bairro, porque no escuro o bandido age bem mais rápido”, pontua o presidente.

Aliado aos furtos e roubos constantes, os moradores sugerem um policiamento mais ostensivo. “A gente liga para a polícia, fazemos ofícios, solicitamos mais a presença das equipes, porém, vemos que no dia a dia que isso não está acontecendo. As rondas ostensivas precisam ser feitas dentro da comunidade para trazer uma segurança para a população também”, explica Rafael Oliveira.

Levantamento aponta redução de roubos e aumento nos furtos

Apesar do relato de aumento nos roubos, um levantamento feito pelo 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar), que atende a região, revela que houve uma redução de 32% nos delitos em via pública em relação ao ano passado. Já os roubos em residências, foram registradas somente duas ocorrências nos últimos quatro anos.

De janeiro a agosto deste ano, o bairro registrou 229 ocorrências de furto. O levantamento mostra que houve um aumento de 24% em relação ao ano de 2024, principalmente no número de furtos em residências.

Vale ressaltar que há uma diferença entre o crime de furto e o roubo. O furto ocorre quando o bem é subtraído na ausência do proprietário, geralmente sem violência ou grave ameaça. Já o roubo envolve a subtração do bem mediante violência ou ameaça ao proprietário e ocupantes do veículo, com uso de armas e facas, por exemplo.

À reportagem, o Tenente Rodrigo Real, do 10º BPM, afirma que existem diversas equipes pela cidade combatendo esses tipos de delitos. “A gente conta com várias equipes em Campo Grande, no 10º Batalhão da PM são diversas equipes também, pois atendemos 24 horas por dia e sete dias por semana”.

Tenente Rodrigo Real, do 10º BPM. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Entre as atuações, há o planejamento das operações, que em caso de furtos gera a receptação, principalmente em ferros-velhos. “Quando a gente identifica algum local que tenha uma incidência fora do normal, fazemos as operações. Então, pegamos o pessoal do administrativo, da folga e fazemos operações específicas nesses locais. Por exemplo, o que identificamos é que essa situação do furto deságua na receptação dos ferros-velhos, então fazemos várias operações nos ferros-velhos para poder coibir a receptação desses objetos furtados”, detalha Rodrigo Real.

Diante disso, é importante que a população leve as denúncias para a polícia, seja a Militar ou a Civil, para registrar boletim de ocorrência. “A denúncia baseia o nosso policiamento, a chamada ‘mancha criminal’. Pois, se as pessoas vão até a delegacia e relata: ‘na Avenida Manoel da Costa Lima aconteceu um furto em tal local’, essa localidade vira um ponto estatístico. Nós levamos em consideração esses vários pontos e formamos nossa mancha criminal. Com isso, conseguimos A gente consegue direcionar o policiamento para aquela localidade”, ressalta o Tenente do 10º BPM.

Fala Povo: Midiamax nos Bairros

A história dos bairros de Campo Grande é tema do Fala Povo: Midiamax nos Bairros. Ao longo desta semana, reportagens especiais vão apresentar aos leitores aspectos históricos, indicadores socioeconômicos, demandas populares e peculiaridades das diversas regiões de Campo Grande, culminando com programa ao vivo no sábado. Quer ver seu bairro na série? Mande uma mensagem para (67) 99207-4330, o Fala Povo, WhatsApp do Jornal Midiamax! Siga nossas redes sociais clicando AQUI.

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