Com gritos de Justiça, corpo do deputado colorado do Paraguai, Eulalio Gomes, morto durante ação policial da Operação Pavo Real II, em Pedro Juan Caballero, chega para sepultamento na fronteira com Ponta Porã.
“Queremos Justiça”, é assim que várias pessoas gritavam quando o corpo do deputado foi escoltado nesta tarde (20), logo após chegar de avião de Assunção, capital do país vizinho.
O caixão foi levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, conforme imagens do Infonortepy Notícias.
O sepultamento deverá acontecer na quarta-feira (21).
Família nega confronto
A viúva do deputado, Johana Rodrigues, garantiu que o marido não disparou contra os agentes que invadiram a sua casa na madrugada desta segunda-feira.
“Não houve tempo”, disse a viúva aos jornais paraguaios. Ela garantiu que o parlamentar estava dormindo quando os policiais invadiram seu quarto. A autópsia revelou que o legislador foi baleado duas vezes.
“Estamos arrasados, não sei se há palavras para dizer sobre o que aconteceu”, disse ela. “Ele não merecia o que aconteceu com ele, não porque seja meu marido, mas porque é o que realmente era”, explicou.
Johana relatou ainda, durante a invasão da polícia estava rezando na “quarentena de São Miguel” e ouviu um barulho, depois outro mais alto, até que decidiu ir acordá-lo. Segundo sua versão, Gomes se levantou, pegou a arma e foi abrir a sala. Mas, a mulher pediu para ele fechar.
Em seguida, os policiais forçaram a porta e ele pediu à esposa que se escondesse. “Ouvi um barulho alto e foi quando abriram a porta e depois ouvi os tiros”, disse.

Investigações sobre a operação
Emiliano Rolón, procurador-geral do Estado, emitiu nesta terça-feira (20) um comunicado sobre a investigação da morte do deputado Eulalio Gomes. Ele destacou que os resultados dos exames realizados no Laboratório Forense “indicarão o rumo a seguir”.
O procurador não descarta a formação de uma nova equipe de investigadores para esclarecer a atuação da polícia paraguaia durante a operação.
“A investigação iniciada ganhará força, com as medidas cabíveis, à medida que se tornem evidentes erros processuais, outros vícios ou conotações criminais”, revelou.