Centenas de pessoas participaram de uma passeata pedindo justiça em relação ao assassinato do ex-vereador de Anastácio, Wander Alves, conhecido como Dinho Vital, morto a tiros no último dia 8 de maio. A passeata começou na praça Arandu, com destino ao Fórum de Anastácio. Uma das pessoas que esteve na caminhada, acredita que aproximadamente mil pessoas participaram do ato.

Dinho Vital seria candidato nas municipais deste ano pelo PP (Partido Progressista), informou o atual presidente estadual do partido, Marco Aurélio Santullo.

“Queremos que os envolvidos nesse crime paguem pelo que cometeram. O veículo que Dinho estava dirigindo foi alvejado por disparos. Segundo as informações, era para tentar conter a situação, mas não ocorreu dessa maneira”, disse mais cedo ao Midiamax, uma das organizadoras e amiga de Dinho, Jociélly Fernandes.

Ela conta que Dinho teria sido espancado antes da morte. “Juntou quatro ou cinco homens e partiram para cima dele e ele também revidou. Acredito que nessa hora tinha que ter ligado com a guarnição para polícia, e dado voz de prisão, o que seja, já que estava tão alterado como o outro lado disse”, completou.

“Nós sabemos que ele foi, sim, executado, porque, da arma que estava com ele no veículo, não houve disparo, então não teve troca de tiros, como estão dizendo. Ele recebeu tiro pelas costas, ele tentou correr, fugiu para trás do carro, mas infelizmente faleceu”, argumentou. “A gente fica se perguntando, será que foi uma queima de arquivo? Será que não foi um cala-boca? O que de fato fez com que tirassem a vida dele? Se não houve troca de tiro, se não teve um duelo, ele foi simplesmente alvejado”, questionou.

Informações oficiais desencontradas

Informações desencontradas nos registros da morte do ex-vereador enfraquecem a tese de ‘confronto’. Dinho teria sido morto com dois tiros nas costas.

Pelo registro na Polícia Civil, que está como morte a esclarecer, Dinho foi encontrado sem vida ao lado do veículo Fiat Toro, de cor preta, atingido por três tiros, na lateral direita do corpo, próximo ao quadril. Consta também que ao lado dele foi encontrada uma pistola 9mm. A cerca de 50 metros do local estava o veículo Toyota Etios, que era ocupado pelo sargento e pelo cabo, que disseram ter feito os disparos em legítima defesa.

Já a PRF (Polícia Rodoviária Federal), ao chegar por volta das 17 horas, encontrou a vítima, dois veículos e dois homens, de 32 e 37 anos, sendo eles os policiais militares. Foi constatada a presença da PM, que já estava atendendo à ocorrência e ficou responsável pelo encaminhamento à Polícia Civil, tendo em vista que foram os primeiros a chegar no local.

Ainda segundo a ocorrência da PRF, também estava presente uma ambulância do Corpo de Bombeiros. A equipe da PRF permaneceu realizando a orientação de trânsito durante os trabalhos da perícia.

Em terceiro registro, da PM, a ocorrência está registrada como homicídio decorrente de intervenção policial. Assim, consta nesse registro que foram chamados para o local após serem avisados de uma pessoa armada na BR-262.

Segundo a Corregedoria da PMMS: “Todos os procedimentos legais foram tomados, as providências de Polícia Judiciária Militar foram realizadas, a perícia técnica do Estado foi acionada recolhendo todos os indícios e vestígios e a ação será investigada por meio de um Inquérito Policial Militar. O caso foi remetido à Corregedoria da PMMS e as oitivas das testemunhas serão providenciadas o mais breve possível”.