Sucessione: Justiça nega liberdade a réus envolvidos na disputa do jogo do bicho em MS
As defesas haviam pedido substituição da prisão preventiva por medidas cautelares ou prisão domiciliar
Mirian Machado, Thatiana Melo –
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A Justiça de Mato Grosso do Sul negou o pedido de liberdade dos envolvidos na organização criminosa que disputa o jogo do bicho no estado sul mato-grossense e que resultou na Operação Sucessione, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Segundo a decisão, o motivo é para manter a ordem pública em razão do perigo gerado pelo estado de liberdade dos investigados. As defesas haviam pedido substituição da prisão preventiva por medidas cautelares ou prisão domiciliar, mas também foram negadas.
Ao todo são 15 réus, sendo eles: Diego de sousa Nunes, Mateus Aquino Junior, Valnir Queiroz Martinelli, Manoel Jose Ribeiro, Taygor Ivan Moretto Pelissari, Gilberto Luis dos Santos, Roberto Razuk Filho, Carlito Gonçalves Miranda, Diogo francisco, Edilson Rodrigues Ferreira, José Eduardo Abdulahad, Julio Cezar Ferreira dos Santos, Luiz Paulo Bernardes Braga, Tiano Waldenor de Moraes e Wilson Souza Goulart.
De acordo com o Gaeco, a organização criminosa era liderada pelo deputado estadual Neno Razuk do PL. Denúncia apresentada em dezembro de 2023 contra o deputado estadual, e outros 14 envolvidos com o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul segue aos cuidados da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A operação foi deflagrada após flagrante da organização criminosa em uma casa no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande.
Reuniões com Neno
Consta na denúncia que Neno Razuk comprou uma casa, onde os membros da organização criminosa se reuniam todas as segundas, quartas e sextas-feiras. Um dia antes das máquinas do jogo do bicho serem apreendidas no Monte Castelo, foi decidido em uma dessas reuniões que eles ‘iriam para cima’ dos concorrentes.
Ainda de acordo com a denúncia, um veículo Volkswagen Polo, de cor branca, havia sido alugado para cometer os roubos dos malotes. Foram três malotes roubados de ‘recolhes’ do grupo rival, num total de R$ 15 mil.
Com os roubos, o grupo liderado por Neno tinha como objetivo trazer os ‘recolhes’ e apontadores de São Paulo para a organização, e por isso, os assaltos sempre vinham com ameaças aos membros do grupo rival.
Os veículos usados nos roubos aos malotes eram um Volkswagen Polo, um Fiat Pálio e um Hyundai HB20. Ainda segundo a denúncia, o grupo que seria liderado por Neno estava oferecendo além de R$ 4 mil para os ‘recolhes’ mais uma comissão de 5%.
A denúncia fala que “é representativo de uma reunião extraordinária da organização criminosa com todos os responsáveis pelos crimes, para discussão específica sobre fatos que motivaram as práticas (disputa pelo monopólio do jogo do bicho), resultados, planos de contingências, entre outros”.
“Esse comportamento denota expertise do grupo criminoso na atividade ilícita, na medida em que permite que as discussões sobre a prática de crimes ocorram pessoalmente, sem deixar rastros em aparelhos celulares ou permitir a captação das conversas pelo Estado por interceptação telefônica etc., o que resulta da participação de pessoas acostumadas com investigações criminais (policiais)”, diz a denúncia do Gaeco.
No dia anterior ao flagrante feito pelo Garras, na casa do Monte Líbano, o grupo havia se reunido definindo que ‘iriam para cima’ dos concorrentes. O major teria participado de um dos roubos dos malotes do grupo rival.
Major Gilberto Luiz foi preso na primeira fase da Operação Sucessione, quando foram expedidos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de prisão foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã.
O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ele um mandado de busca e apreensão. Na casa do deputado, foram apreendidos celulares, uma pistola e um tablete do filho de Neno Razuk.
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