O dono de uma loja de fogões na Vila Alba, em Campo Grande, acusado de correr atrás de um motoentregador por causa do atraso de uma marmita, contou ao Jornal Midiamax que, na realidade, ele foi perseguido pelo motoentregador. A loja do homem foi arrombada e saqueada. “Foi aterrorizante”, disse o homem.
O dono da loja de fogões relatou que na quarta-feira (21) ele e a esposa pediram uma marmita às 11h20 da manhã, sendo que às 12h45, a mulher entrou em contato com a marmitaria dizendo que não precisava mais entregar porque precisava levar o filho à escola. O dono da marmitaria relatou à mulher que o motoentregador teria confundido os endereços.
Quando o casal estava saindo da loja, o motoentregador chegou por volta das 13h15, momento em que a mulher teria dito que tinha cancelado. Nisto, o motoentregador teria feito uma abordagem violenta jogando a marmita no chão e dizendo que o homem tinha de pagar o valor de R$ 15.
Neste momento, o dono da loja disse que pagaria a marmitaria. Em seguida, o casal saiu de carro e o motoentregador passou a persegui-los. Durante o trajeto e perseguição, o dono da loja de fogões parou e desceu do carro com uma chave de fenda.
Em seguida, o motoentregador passou a perseguir o homem e os dois passaram a correr pelas ruas. “Você não gosta de correr? Vai correr mais”, teria dito o motoentregador que só desistiu quando viu o homem pegar uma pedra.
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Loja arrombada e saqueada
Já na quinta-feira (22), estava sendo divulgado em grupos de motoentregadores o endereço da casa do dono da loja de fogões, assim como o nome dele que estava sendo associado ao nome de outra pessoa que teria passagens pela polícia. O dono da loja de fogões não tem passagens pela polícia.
Nesta madrugada de sexta-feira (23), a residência do dono da loja de fogões foi alvo de rojões e tintas arremessadas por vários motoentregadores que foram até a loja. O estabelecimento foi arrombado e saqueado. “Um trabalho de 20 anos”, disse o dono da loja que teve um prejuízo de R$ 15 mil.
Quando os policiais chegaram à loja, os motoentregadores já não estavam mais no local. Um usuário de drogas da região contou aos militares que cerca de 10 homens chegaram nele falando que podia entrar na loja e pegar o que queria já que o estabelecimento estava aberto.
Versão do motoentregador
O entregador, de 26 anos, registrou ocorrência na delegacia após ter sido ameaçado pelo homem. Ele explicou que, assim que chegou ao estabelecimento para deixar duas marmitas, o autor passou a xingá-lo.
O rapaz teria tentado explicar o que aconteceu, mas foi impedido pelo homem que, agressivo, passou a ameaçá-lo com uma chave de fenda, dizendo que não iria pagar pelo pedido.
Em seguida, o suspeito entrou no estabelecimento dele, que fica na região central de Campo Grande, pegou uma faca e uma pedra grande, e saiu atrás do motoentregador.
(Com Victória Bissaco)
