Ponte onde houve conflito entre indígenas e policiais militares foi reconstruída

O Cimi diz que foi controverso o fato da Justiça Federal de Ponta Porã, em decisão apressada

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Local onde houve o conflito (reprodução)

Ponte onde houve conflito entre indígenas e policiais militares foi reconstruída nesta sexta-feira (13). De acordo com a Polícia Militar, os indígenas atearam fogo na ponte e os agentes atiraram com bala de borracha para impedir a entrada na Fazenda Barra.

O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) diz que foi controverso o fato da Justiça Federal de Ponta Porã, em decisão apressada, publicada na noite do mesmo dia, ter autorizado a atuação da PM em proteção à propriedade privada, legitimando a violência contra a comunidade.

Nesta sexta, os fazendeiros da região arrumaram madeiras para a reconstrução da ponte. A reportagem do Jornal Midiamax apurou que, no início da tarde desta sexta (13) um grupo de fazendeiros deu início aos reparos, com ajuda de um caminhão guincho que transportou as madeiras até o local.

Em nota, a Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) informou que não há ordem de reintegração de posse sendo cumprida e que os policiais permanecem na região para evitar novos conflitos.

Conflito

Anteriormente, havia sido dito que os militares teriam sido feito de reféns, mas a ponte incendiada é que teria deixado os policiais ilhados, assim como o dono da fazenda Barra Mansa. Durante o conflito, pelo menos um indígena acabou ferido a tiros de bala de borracha e foi encaminhado para o hospital da cidade.

O dono da fazenda, alvo da ocupação dos índios, registrou um boletim onde ele afirma que a sua propriedade estava sendo incendiada e que o incêndio seria criminoso provocado por alguns índios. O registro da ocorrência foi feito no dia 10 deste mês, na última terça-feira.

Conforme o advogado Anderson Santos, após ocupação da fazenda nesta quinta (12) pela comunidade de Nanderu Marangatu, os indígenas foram atingidos por balas de borracha pela Polícia Militar, três pessoas ficaram feridas e uma delas ainda se encontra internada.

E segundo os indígenas, trata-se da última propriedade que ainda não havia sido retomada pela comunidade, sendo que a última tentativa foi em 2016, quando houve ataque de fazendeiros que vitimou Simeão Vilhalva.

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