Polícia Federal usa helicóptero para realizar perícia e identificar responsáveis por incêndios no Pantanal

Equipes investigam as possíveis causas dos incêndios

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Polícia Federal no Pantanal (Foto: Divulgação)

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal divulgou que atua em nova etapa de investigação para identificar e qualificar os responsáveis pelas queimadas no Pantanal. Para isso, equipes contam com apoio aéreo do Comando de Aviação Operacional da PF.

Conforme a divulgação, as equipes realizaram ações em campo, por meio do Gabinete de Crises contra Incêndios no Pantanal. Peritos foram aos pontos identificados por meio de investigação anterior.

Assim, recolheram informações técnicas para que seja feito o dimensionamento do dano. Além disso, equipes de policiais federais também foram aos locais para aprofundarem investigações, na tentativa de identificar os possíveis responsáveis pelas queimadas.  

As ações devem seguir por tempo indeterminado.

Área queimada já supera em 3100,6% o tamanho da área em 2023

O Pantanal sul-mato-grossense sofre com as queimadas em 2024 e a área queimada no primeiro semestre do ano já supera em 3100,6% o tamanho da área em 2023.

Conforme os números levantados pelo LASA UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro) o Pantanal já teve 566.500 hectares queimados neste ano contra 17.700 hectares no ano passado.

Vale ressaltar que a situação crítica dos incêndios no Pantanal começou mais cedo em 2024. Para autoridades e especialistas do Meio Ambiente, o pior período para as queimadas florestais acontece a partir de agosto.

No mesmo período dos dados levantados, entre 1º de janeiro e 2 de julho, mas em 2020 – ano que ficou marcado na história por conta da devastação do bioma – mostram que a área queimada chegou a 219.900 hectares. A diferença é um aumento de 157,6% daquele ano para este.

“Nós temos um Pantanal de 9 milhões de hectares no Mato Grosso do Sul. Hoje nós temos 566 mil, aproximadamente 5% do pantanal já está com sua área queimada. E essa é uma grande preocupação e é essa nossa mobilização, não permitir uma evolução”, diz o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Avanço das queimadas no Pantanal

pantanal
Fogo às margens da BR-262 (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Segundo ele, o avanço das queimadas nos últimos sete dias foi positivo, já que apenas 6 novos hectares foram atingidos por incêndios florestais. Quanto aos focos de calor, Mato Grosso do Sul tem 2.879 focos de calor no período levantado.

Em 2023, nesse espaço de tempo eram apenas 112 – ou seja, aumento de 2470,5% do ano passado para 2024. Conforme a Chefe do Centro de Proteção Ambiental, Tenente Coronel Tatiane de Oliveira, um incêndio florestal pode ter vários focos de calor, por isso o número elevado.

Previsão é de falta de chuva

Conforme a previsão apresentada no Boletim, o tempo é seco com temperaturas acima da média até sábado (6). No fim de semana, uma frente fria vai deixar as temperaturas amenas. Entretanto, os modelos indicam probabilidade de chuva apenas em 10 de julho.

Após isso, as temperaturas estarão em gradativa elevação nas regiões mais afetadas pelos incêndios florestais, porém devem permanecer abaixo dos 30°C, até a primeira quinzena de julho.

Probabilidade do fogo

Na segunda quinzena de julho, aparentemente, as temperaturas tendem a ficar acima da média. No Pantanal sul-mato-grossense, o perigo de fogo está entre o risco ‘moderado’ a ‘extremo’ para domingo (8), sendo mais crítico nas poções norte, noroeste e nordeste.

A probabilidade de fogo para o trimestre Julho-Agosto-Setembro de 2024 mostra que a maior parte do território de Mato Grosso do Sul está no nível ‘alerta’. Já os municípios de Bonito, Dois Irmãos do Buriti e Camapuã encontram-se no nível ‘alerta alto’.

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