Tudo que se sabe até o momento sobre o acidente com morte no Autódromo de Campo Grande

Envolvido em acidente disse que ingeriu um copo de bebida alcoólica

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Estado da moto após acidente (Ana Laura Menegat, Midiamax). Local era regrado a bebida alcóolica (Polícia Civil)

Duas mil pessoas estavam no evento promovido pelo influencer Manolo, com 103 mil seguidores em seu Instagram, que acabou na morte de um rapaz de 20 anos, Nicholas Yann Santos de Jesus, de 20 anos, atingido por outra moto que empinava no Autódromo de Campo Grande. O que se sabe do evento e da morte de Nicholas?

Era um evento divulgado nas redes sociais que reuniu 2 mil pessoas com entrada ao custo de R$ 20. Na parte da frente do Autódromo era o evento de som, sendo que na parte dos fundos era dedicado às manobras. Nicholas morreu quando foi atingido por outro motociclista que empinava a moto, por volta das 3 horas da madrugada de domingo (2).

“Não vi a motocicleta”, disse o rapaz que acabou batendo na moto de Nicholas. Para os policiais, ele falou que havia ingerido um copo de bebida alcoólica, mas o teste do bafômetro deu negativo. Ainda de acordo com o autor, ele estava empinando a sua motocicleta e não teria visto a aproximação de Nicholas. 

A jovem que estava na garupa teve fraturas no braço e perna e foi transferida para a Santa Casa devido aos ferimentos. Aos policiais, a mulher contou que o autor do acidente a chamou para dar uma volta e estava fazendo a manobra de empinar quando aconteceu a colisão. 

Tanto a vítima, Nicholas, quanto o autor que estava na outra motocicleta tinham CNH (Carteira Nacional Habilitação) AB. De acordo com o autor, ele ficou sabendo da morte de Nicholas ainda no Autódromo. Um dos organizadores do evento tentou retirar do local a motocicleta de Nicholas. Ele foi preso quando tentava deixar a Santa Casa depois de receber alta.

No seu Instagram, Manolo divulgou uma nota do Moto Sound Brasil, que lamenta o ocorrido, dizendo que o objetivo era aproveitar o evento. Ainda segundo a nota, apoio à família de Nicholas está sendo dado pela equipe que promoveu o evento.

‘Fadado à fatalidade’, disse delegado

“Ele tem um histórico de eventos envolvendo acidentes graves de trânsito, não sei como continua realizando eventos. Desta vez, infelizmente, essa falta de responsabilidade resultou na morte de um jovem. No local já não se encontrava nenhum organizador, apenas pessoas que trabalhavam para o mesmo. Foi constatada uma situação bem peculiar no que diz respeito à situação de risco que estava sendo exercida ali, as pessoas estavam fazendo manobras, empinando motocicletas, num ambiente com vasta quantidade de bebida, sem utilização de capacetes ou equipamentos de proteção, com garupas, provavelmente, com menores de idade, pois não havia controle algum da entrada. Uma situação fadada para a fatalidade”, disse o delegado.

Para o delegado, Manolo e o condutor assumiram o risco da fatalidade. Ainda há possibilidade de outras pessoas serem envolvidas no inquérito, por exemplo, a direção do próprio autódromo e funcionários do influenciador que promoveu o evento.

“Agiram em dolo eventual, portanto, têm um grau acima da culpa, não foi uma mera imprudência, imperícia ou negligência, houve uma assunção de risco. Claramente, todos os envolvidos na situação estavam assumindo o risco de levar alguém ao óbito. O mero fato de não ter nenhum responsável quando a equipe chegou e atuando ativamente para descaracterizar esse local de crime, já demonstra que estavam fazendo algo irregular. Se regular fosse, não haveria essa conduta de se evadir do local e tentar descaracterizar o crime que, inclusive, constitui um crime autônomo previsto no Código de Trânsito, que é de inovar artificiosamente durante o local de crime de trânsito. A moto só não foi retirada do local porque se tivéssemos chegado 30 segundos depois, a moto seria retirada. No momento em que estávamos entrevistando as pessoas, essa pessoa (suposto funcionário do influenciador) se aproveitou para se evadir do local, mas foi identificado com tranquilidade, um funcionário e conhecido do influenciador, embora não seja organizador do evento, será chamado para prestar esclarecimentos”.

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