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Polícia

Moradores divulgam falsa festa com ‘surubão’ e polícia investiga transfobia em Aquidauana

O suposto evento oferta um "open bar" com direito a travestis para fazer programas sexuais, utilizando termos considerados pejorativos pela comunidade
Giselli Figueiredo, de Aquidauana -
Divulgação tomou conta das redes sociais revoltando a comunidade LGBTQIA+ em Aquidauana (Divulgação)

A divulgação de uma festa falsa tem gerado polêmica na cidade de , a 135 quilômetros de . O caso foi parar na delegacia na última segunda-feira (15), já que a comunidade LGBTQIA+ tem visto a situação como transfóbica e teme por represálias.

O material foi tema de discussão no último final de semana, onde um post nas redes sociais remete à discriminação contra mulheres transexuais e travestis, além de expor, mesmo que indiretamente, agentes de segurança pública.

Suposto evento oferta um “open bar” com direito a travestis para fazer programas sexuais, utilizando termos considerados pejorativos pela comunidade. O post ainda menciona que policiais militares e bombeiros, além de funcionários de duas empresas da cidade, teriam ‘descontos especiais’.

O Jornal Midiamax apurou que o local mencionado, um bar conhecido, foi fechado há muito tempo e que o evento nem sequer vai existir, sendo criado só para gerar polêmica na cidade. A reportagem também apurou que em outras cidades também foram criados folders semelhantes, usando a imagem de mulheres transexuais e travestis, além de termos transfóbicos.

O Midiamax encontrou a mesma divulgação em outras cidades fora do Estado (Reprodução)

Feito para debochar

A maneira como a festa que nem existe é divulgada gerou revolta e mulheres trans, travestis e homossexuais foram às redes sociais para se manifestar contra a situação. Os panfletos, visivelmente escrachados, causaram revolta.

Val Perez, que é mulher trans, expôs sua indignação e mencionou que quem está fazendo essa divulgação, em tom de deboche, difama ainda mais a imagem da classe que já é estereotipada.

“Já somos discriminadas, excluídas no meio da sociedade, para veicular com deboche esse tipo de divulgação? Nossas leis nos protegem, mexeu com uma mexeu com todas”, se manifestou em seu perfil na rede social.

Já o artesão Kevin Constantino, também se manifestou, pontuando que a divulgação em tom hostil e de deboche tem partido de mulheres héteros. “O mais revoltante é que mulheres aqui de Aquidauana estavam compartilhando, contribuindo ainda mais para exploração de um preconceito, se esquecendo que transfobia é crime, passível de penas por danos e cadeia”, disse.

“Ainda citaram Instituições sérias e empresas, como se relacionar com uma mulher trans ou uma travesti fosse chacota. Cada um com sua sexualidade, isso não é motivo de ridicularização. Se você não gosta de gay, travesti ou trans, simples, não se relacione com uma e se preocupe com sua vida”, pontuou.

A coordenadora de Políticas Públicas para População LGBTQIA+ e fundadora da ATMS (Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul) e também precursora do movimento LGBT+ e MS, fundadora e presidente de honra da ATMS – Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul, Cris Stefany, prestou apoio à ONG Igualdade para Todos – LGBT, que registrou uma ocorrência na polícia para apuração dos fatos.

O registro policial ainda cita que a ONG quer preservar as mulheres trans e travestis, já que teme que elas sofram represálias por parte de servidores públicos e funcionários das empresas citadas no post que vierem se sentir ofendidos por terem sidos mencionados.

Cris também explica que tem orientado a comunidade em Aquidauana sobre o número significativo de políticas públicas voltadas à pauta em Mato Grosso do Sul, além de ser um dos estados com o maior número de leis, decretos e ações voltados para essa população.

“Isso só é possível porque lá em 2001 nós fundamos a Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul, e viemos insistindo na efetivação das políticas públicas”, finaliza Cris.

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