Médico conta em júri que Sophia foi estuprada 21 dias antes do crime: ‘Cabeça quase virou 360º’
Médico legista também falou que cabeça de Sophia quase virava 360º
Thatiana Melo, Mirian Machado –
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O médico legista Fabrício Sampaio, que fez a autópsia no corpo da pequena Sophia Ocampo, disse nesta quarta-feira (4), durante o julgamento da mãe e padrasto da criança, que a menina foi estuprada pelo menos 21 dias antes do crime.
“Não resta dúvida que Sophia chegou à UPA já morta”, disse o médico legista, Fabrício Sampaio. Sobre a cabeça da menina virar quase 360º, o médico relatou que poderia ter sido provocado por um soco, no entanto, em alguns casos, pode ser provocado por uma queda. “Porém, o que observamos não é favorável a uma queda”, disse.
Sobre o estupro, o médico legista falou que “É uma estrutura interna, algo muito difícil de ser rompida numa higiene. Nunca vi assadura e também não era questão da vermelhidão”, falou Fabricio. O padrasto de Sophia confessou ter dado um ‘cascudo’ na cabeça da enteada.
O médico legista ainda disse acreditar que Sophia agonizou antes de morrer. A defesa de Stephanie alegou que Christian havia mandado um áudio da menina para a mãe, “Mãe, tá doendo”.
“Eu quero dizer o seguinte: o que foi colocado na mídia não é o que eu escrevi no meu laudo, o que eu escrevi no meu laudo é aproximadamente, é o que a gente coloca, é o intervalo de tempo e com toda a segurança no mundo, quatro horas de morte, bate bem e com certeza um pouco mais que isso, entendeu? Então pode ter, vamos supor que esse áudio foi a última situação, não tem problema, entendeu?”, disse o médico legista.
Dormiu na viatura
O investigador Babington Roberto Vieira da Costa depôs na manhã desta quarta-feira (4), durante o julgamento da mãe e padrasto de Sophia Ocampo, morta aos 2 anos, e disse achar estranho quando Christian Campoçano chegou a dormir dentro da viatura depois de ser preso. Serão dois dias de julgamento.
“Normalmente o povo fica nervoso, tremendo. Mas dormir na viatura, é a primeira vez”, disse o investigador que atendeu o caso na época. Ele ainda falou que quando chegaram na residência, o padrasto de Sophia estava na companhia da mãe e dizia que a culpa era dele por não ter sido um bom ‘pai’.
Outro investigador que viu o corpo de Sophia na unidade de saúde ouviu das médicas que atenderam a criança acharem estranho Stephanie estar tão calma mesmo depois de receber a notícia da morte da filha. “A médica passou que tinha roxos e anormalidades no ânus e achava que havia sido estuprada e estava morta a 4 horas.”, disse no plenário do júri.
Levada 30 vezes para unidades de saúde
Foram 30 vezes que Sophia foi levada a uma unidade de saúde, sempre com algum machucado, passando mal, mas também sempre havia uma desculpa para a criança estar com aqueles roxos pelo corpo como: ter sido agredida pelo ‘irmão’ – filho de Christian – ou ter se machucado brincando.
Mas, o que foi descoberto depois deixou uma sociedade inteira horrorizada: Torturas, beliscões, xingamentos, gritos e até estupro. Nos dois anos em que Sophia viveu, ela foi agredida pelo padrasto. A mãe nega que sabia das agressões à filha, mas conversas recuperadas pelo Gaeco demonstram o contrário.
Nas conversas entre Stephanie e Christian, a mãe de Sophia combina com o companheiro a melhor forma de relatar os motivos para os machucados na menina. “Vamos dizer que caiu no parquinho.”, dizia uma das mensagens trocadas.
Em agosto de 2022, a mãe de Sophia questiona o marido sobre uma marca de mordida no braço da menina, e ele responde: “sabe que não controlo a mordida, ela é macia demais”.
No dia 16 de novembro, em mais uma mensagem enviada do padrasto da menina para a mãe de Sophia, ele fala que deu uma surra na criança, e que percebeu que ela ficou com um galo na cabeça e estava com a boca sangrando.
A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni, em 2008, teria apontado que a menina foi abusada várias vezes. “A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto, fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise.
Os dois ainda teriam sido denunciados por tortura contra Sophia quando ela teve a perna quebrada a chutes por Christian. A cena foi presenciada pelo filho do autor que prestou depoimento falando sobre o episódio. “Foi meu pai, meu pai que chutou ela pra rua, chutou ela duas vezes, aí deixou ela machucada.
A menina tinha um trauma na coluna vertebral, o que na época foi dito pelo médico legista, que uma força muito grande pode ter feito com que o pescoço tenha girado em 360º e poderia ter causado a morte instantânea de Sophia.
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