‘Injustiça’, diz integrante de Marcha para Mulheres sobre soltura de marido que matou Andressa

Andressa Fernandes foi morta atropelada pelo marido depois de uma briga

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(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

“Um sentimento de injustiça, de não ter aval de órgãos de segurança, da Justiça”, disse Janaíne Pereira de Oliveira, integrante da Comunicação da Marcha Mundial das Mulheres, sobre a soltura do marido de Andressa Fernandes, que foi assassinada atropelada em frente de casa, no bairro Nova Campo Grande, no fim de semana.

Para Janaíne, o caso gera revolta e indignação. “Uma pessoa matar a outra só pelo fato de ser mulher”, disse. Ela ainda ressaltou que é necessário mostrar para as outras mulheres que elas não estão sozinhas. “A violência não é só em casa, acontece também no meio político, no trabalho”, enfatizou. 

Ainda segundo Janaíne, o feminicídio afeta toda a família e os autores fazem de caso pensado. “A violência começa de forma sutil e muitas mulheres não percebem, e estamos aqui para ajudar”, finalizou.

Janaíne Pereira, integrante da Marcha para Mulheres (Nathalia Alcantara, Jornal Midiamax)

A vereadora Luiza Ribeiro do PT (Partido dos Trabalhadores) também participou da Marcha e falou que é intolerável o feminicídio. “É muito grave. Em 30 dias tivemos quatro feminicídios em Campo Grande”, falou. Deputada do PT, Gleice Jane esteve presente e falou sobre os casos no Estado. “Não é só contra a mulher, é contra a sociedade e estamos gritando por socorro há tempos”.

Morte de Andressa

O casal vivia junto há 12 anos e vizinhos relataram que o relacionamento era bastante conturbado, pois escutavam brigas frequentemente. Os dois estavam ingerindo bebida alcoólica, quando brigaram porque o marido queria ir pela terceira vez comprar mais bebida e a mulher não queria deixar. Ele já havia ingerido três caixas de bebida alcoólica.

Andressa estava sentada no portão da residência com os filhos, quando o autor entrou no carro deu ré e a atingiu. À polícia, primeiro ele contou que não sabia que ela estava atrás do veículo, depois contou que ela foi para atrás do veículo, quando ele deu ré, passando por cima dela e destruindo o portão. 

“A filha pediu ajuda em um grupo da família. Os familiares começaram a chegar e tiraram ela debaixo do carro, porque ela teria ficado presa, em tese com vida, mas quando o socorro chegou ela já não tinha sinais vitais”, explicou a delegada Elaine Benicasa.

Após atropelar e prensar a esposa contra o portão, o marido ainda a arrastou por cerca de 10 metros em via pública. A polícia ainda aguarda laudos para saber se ela foi atropelada mais de uma vez e investiga se ele parou para prestar socorro, segundo a delegada Marianne Souza.

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