Um grupo de indígenas Guarani Kaiowá denunciam novo ataque a tiros na tarde deste domingo (14), em Douradina – a 195 quilômetros de Campo Grande. O ataque teria sido motivado por retomada de parte do território Panambi – Lagoa Rica, ocorrida durante a madrugada.

Segundo informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a ofensiva deixou um indígena ferido. Ainda de acordo com o Conselho o território de Lagoa Rica já é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares no ano de 2011. Seu processo de demarcação, no entanto, está paralisado.

Em nota, a Aty Guasu (Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani), lamentou o ataque. A postagem informa ainda que o mesmo grupo suspeito de ter atacado já atentou contra a comunidade em 2015. Confira o comunicado:

“[…] decidimos retomar, nesta madrugada (14), parte de nosso território de Panambi – Lagoa Rica, localizada no município de Douradina, no Mato Grosso do Sul. Em represália, durante a tarde, fomos atacados por fazendeiros da região, que em bandos invadiram nossa comunidade. Na mesma tarde, no tekoha Guayrakamby’i, que integra o mesmo território, um indígena foi alvejado”, disse.

“Eles estão atirando para matar e prometendo um massacre. Estamos pedindo, urgentemente, socorro. Lembramos que em 2015, estes mesmos grupos de fazendeiros já atacaram a comunidade de Guyrakamby’i, e que só não cometerem uma chacina porque o MPF (Ministério Público Federal) impediu. Solicitamos urgente ajuda e que o Estado garanta nossa segurança, pois estamos em nosso território ancestral”, complementa.

Por fim, a nota também reivindica o direito à demarcação do território indígena, e faz uma crítica ao Marco Temporal.

“Queremos nossa terra e seguiremos em marcha em busca do direito à demarcação de nosso território que nos é garantido pela Constituição Federal em seus artigos 231 e 232. Com isso denunciamos a inconstitucionalidade da Lei 14.701 e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48”, finaliza a nota.

As DPU (Defensorias Públicas da União) e do DPE (Estado de Mato Grosso do Sul); MPF (Ministério Público Federal) e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) foram acionados.