O homem, de 29 anos, preso em flagrante no último domingo (21), por atirar flechas contra PMs (policiais militares), explicou em depoimento à PC (Polícia Civil) que os residentes da aldeia, em Jardim, onde o caso ocorreu, não gostam de polícia na região. A PM teve de usar balas de borracha para conter o autor.
Os policiais das duas forças estavam no local para uma ocorrência de morte a esclarecer, que envolvia o irmão dele. O indígena contou que nem sabia que o próprio irmão seria preso na ocasião. “Índio não gosta de polícia na aldeia, eu fui ver o que eles estavam fazendo e já vieram atirando. Eu soltei as flechas para me defender, estava bêbado. Eu não sabia do meu irmão”, informa o registro policial.
Questionado se escutou a ordem policial para largar as flechas no chão, disse que deve ter ouvido, mas não pensou direito e queria apenas se defender da presença dos policiais.
A PM e a PC estavam na aldeia indígena em busca do irmão, um dos suspeitos pela morte da própria companheira, Jaqueline Moraes Gomes, de 28 anos. No momento em que os policiais foram atacados com flechas, o irmão do autor já estava dentro da viatura.
Durante interrogatório, também foi questionado sobre a relação do irmão com Jaqueline. O homem disse que não conhecia o relacionamento dos dois, nem sabia se o casal tinha brigado anteriormente no domingo.
O boletim de ocorrência narra que o indígena chegou a mirar as flechas contra os policiais e disparar duas na direção deles. No inquérito, ainda, está anexada uma fotografia do ferimento causado pelas balas de borracha deflagradas pelos policiais, uma vez que o homem foi atingido na costela esquerda.
O autor deve passar por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (23). Algumas testemunhas afirmam que o homem atacou os policiais pelas costas.
