Guerra do tráfico e vingança teriam motivado atentado com dois adolescentes mortos em Campo Grande 

Duas semanas antes do atentado, membro do grupo rival sofreu emboscada

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aero rancho
Presos por envolvimento no atentado (Divulgação, PCMS)

A guerra do tráfico e vingança por tentativa de homicídio há duas semanas, no bairro Jardim das Hortências, em Campo Grande, acabou em atentado na última sexta-feira (4) onde dois adolescentes acabaram mortos por engano. O alvo ficou ferido na perna. Três foram presos por envolvimento no crime.

Silas e Aysla, de 13 anos, estavam tomando tereré em frente de uma casa, quando acabaram feridos nas costas e rosto. Informações são de que na região existem dois grupos rivais na venda de drogas e que o alvo do atentado seria o ‘correria’ do bairro. Mas, uma tentativa de homicídio contra ‘Gordela’ seria o estopim para a disputa entre os dois grupos que passou a deflagrar uma guerra.

O modos operandi na tentativa de assassinato de ‘Gordela’ seria o mesmo usado no atentado praticado contra o ‘correria’ do grupo rival na venda de drogas, na região. Um grupo teria ‘Gordela’ à frente e o outro teria ‘Garrafinha’ como um dos comandantes. Esta guerra teria começado com trocas de socos e acabou evoluindo para diversos atentados entre os lados, envolvendo disparos de armas de fogo. 

Para os policiais, ‘Gordela’ negou participação nos crimes e disse estar em sua casa no momento do atentado que acabou na morte dos adolescentes. Um motorista de aplicativo acabou preso por envolvimento com os crimes.

‘Deu Bom?’, três foram presos pelo atentado 

Três suspeitos de envolvimento no atentado na Rua Flor de Maio, Jardim das Hortências, em Campo Grande, foram presos neste domingo (5). Um dos detidos é um motorista de aplicativo que teria participação no crime. Outro integrante continua foragido.

A polícia encaminhou o trio para a delegacia e confirmou participação no grupo que organizou o ataque. Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, as investigações identificaram que Rafael, de 18 anos, também conhecido como ‘Jacaré’, seria o mandante do atentado. Ele tem passagens por receptação e posse ilegal de arma de fogo.

Jacaré estava em sua casa, na mesma rua onde ocorreu o tiroteio, na companhia de sua mãe. Apesar de negar envolvimento nos homicídios, o suspeito acabou revelando que possuía uma arma de fogo na residência, também apreendida.

Após receber voz de prisão, ‘Jacaré’ informou que tinha conhecimento sobre os autores dos homicídios, indicando dois nomes. Diante disso, a polícia identificou os dois suspeitos de executarem o atentado, Nicolas, de 18 anos, e João, de 19 anos, este último não foi encontrado.

Com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e GOI (Grupo de Operações e Investigações), as equipes do Choque localizaram o motorista de aplicativo em um imóvel na Vila Bandeirantes. Lá, o motorista confirmou ter prestado apoio ao trio utilizando o veículo HB20, que também acabou apreendido.

O motorista negou envolvimento no crime. Contudo, um dos suspeitos afirmou em depoimento que o motorista teria se dirigido ao comparsa com intimidade, questionando-o sobre o resultado alcançado: “Deu bom…? Porque eu nem escutei os tiros e estava aqui pertinho”, teria dito.

De acordo com as investigações, o motorista tinha conhecimento do plano para assassinar o desafeto e, mesmo após errarem o alvo, manteve-se fiel ao acordo firmado com os comparsas. Os três estão presos no Garras.

Segundo informações obtidas pelo Jornal Midiamax, a busca pelos criminosos contou com equipes do Batalhão de Choque, Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), GOI e Garras.

Suspeitos fizeram cerca de 16 disparos

Nicolas acabou apreendido em uma casa de massagem na Vila Jacy. Em sua mochila, a polícia encontrou um revólver Cal. 357. O suspeito confirmou que estava armado durante o ataque, mas relatou que apenas pilotou a motocicleta enquanto seu comparsa, portando uma pistola 9mm, efetuava os disparos contra as vítimas com o veículo em movimento.

Segundo o depoimento, após o crime, os dois se reuniram na casa de ‘Jacaré’, onde Nicolas observou seu comparsa descarregando o carregador da pistola, ou seja, aproximadamente 16 disparos.

Os suspeitos ainda ocultaram a motocicleta no quintal de um dos membros do grupo e depois acionaram um motorista de aplicativo. A polícia encontrou a motocicleta utilizada pela dupla em uma casa no bairro Aero Rancho.

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