Fraude permitia que posto de combustível alvo de operação vendesse gás até R$ 0,23 mais barato

Gerente foi preso por furto mediante fraude

23/08/2024 – 13:52 – Mirian Machado

Campo Grande
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(Alicce Rodrigues, Midiamax)

A Operação Mass Flow, deflagrada na quinta-feira (22) em Campo Grande, identificou que o crime permitia o estabelecimento vendesse gás com uma diferença de até R$ 0,23 em relação aos demais. A ação prendeu o gerente de um posto de combustível, de 43 anos, por fraude.

Conforme a investigação, há 4 meses um representante da empresa fornecedora de gás natural, MS Gás, descobriu que ocorriam muitas incidências de fraudes em outros estados do Brasil. Então, passou a observar os postos abastecidos pela empresa em Campo Grande.

Em certo momento, suspeitou do posto de combustível na Rua Coronel Quito, esquina com a Avenida Calógeras. Com isso, ele fez uma visita ao local e observou que alguns funcionários deram uma espécie de alarme, fazendo barulhos e assobios para indicar a presença de funcionários da MS Gás.

Já na oficina do fornecedor, foi observado que o medidor não estava travado. Depois de analisarem, conseguiram localizar um furo, uma abertura no index do medidor.

Dessa forma, quando se coloca um arame ou material fino e rígido na abertura, o medidor deixa de registrar o gás, sem interromper o consumo, constatando a fraude.

Medidor fraudado

Ainda durante a ação de quinta-feira (21) foi verificado que o medidor atual já foi fraudado, pois quando o antigo medidor foi levado para manutenção outro com medidor de vazão foi colocado, assim permitia o monitoramento da vazão online através de sistema digital supervisório.

Conforme a suspeita da equipe, os equipamentos do gás ficam nos fundos da conveniência do posto, onde há um cadeado que somente o gerente tem acesso, segundo ele por conter pertences do proprietário.

Quando a fiscalização chegava, o gerente dizia que iria pegar a chave do portão e nesse tempo desabilitava a fraude retirando o dispositivo. 

Policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), assim como a Perícia, funcionários da MS Gás e GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil, estiveram no local e constataram a irregularidade da adulteração e furto mediante fraude.

Como o dono do posto estava fora do Estado e não foi localizado, o gerente foi preso por ser o responsável e único com acesso ao local. No local, o gerente confessou que era ele quem habilitava o dispositivo, já na delegacia em depoimento formal, na companhia do advogado, permaneceu em silêncio.

Na delegacia não foi arbitrada fiança. Ele então deve passar por audiência de custódia.

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