Família desconfia que rapaz baleado nas costas ao chegar em casa na Vila Silvia Regina seria assaltado

Vítima foi surpreendida pelos disparos nas costas; ele está em estado grave e passa por cirurgia

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Caso foi registrado na Depac-Centro – (Foto: Henrique Arakaki)

A família do rapaz de 21 anos ferido a tiros nas costas na madrugada desta segunda-feira (22), na Vila Sílvia Regina, em Campo Grande, desconfia que o autor dos disparos queria assaltá-lo. A vítima ia entrar na residência depois de voltar da casa de uma prima, quando foi atingido pelos tiros. Ele diz não saber quem é o autor tampouco a motivação, por isso a família acredita que seria um ladrão.

Um familiar do jovem conversou com a equipe do Jornal Midiamax e contou que ele e o rapaz passaram a tarde juntos domingo (21). “É, meu primo. Ele estava na casa da minha prima [de madrugada], saiu de lá e ele foi embora. É um rapaz tranquilo, gente boa, trabalhador”, afirma.

Por volta das 20h, o rapaz foi embora da casa do primo e seguiu para casa. “Depois a mãe dele falou que ele saiu, que foi quando ele foi para casa de outra prima, que mora no Serradinho. Dá uns 15 minutos mais ou menos de bicicleta porque ele não tem mais moto, né?”

O rapaz retornou para casa por volta da 1h. O primo relata que ele bateu no portão e chamou pela mãe, para que ela abrisse. Nesse momento, o autor dos disparos encostou a motocicleta, falou algo que o rapaz não conseguiu entender, e disparou contra as costas dele.

O autor dos disparou fugiu e o rapaz não sabe informar quem era tampouco a motivação do crime. “Ele viu a moto encostando, mas achou que era algum entregador, alguma coisa e nem prestou atenção em nada. Ele só escutou o barulho do tiro, mas achou que era bombinha. Daí ele sentiu uma formigação nas costas e passou a mão. O cara já saiu, ele passou a mão e viu sangue. Foi isso que ele relatou para nós”.

A vítima correu para dentro da residência para pedir ajuda para os familiares, que acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A vítima foi levada para a Santa Casa, ferida nas nádegas e nas costas e disse não saber quem poderia ter cometido o crime.

O primo acredita que o autor possa ter anunciado o assalto, mas o jovem não ouviu. “Decerto, o cara falou que era assalto, ele não escutou. Aí o cara ficou com raiva e atirou nele”, diz. O jovem passa por cirurgia, uma vez que os tiros atingiram o intestino e um rim. O quadro de saúde dele é grave, informou o primo.

Moto furtada?

Informações do registro policial apontam que a vítima é suspeita de ser autor de receptação da motocicleta, que consta como roubada no sistema Sigo. Conforme o primo, o rapaz desconhecia o furto da motocicleta.

A receptação ocorre quando uma pessoa recebe, compra ou guarda produtos frutos de roubo ou furto e é prevista no artigo 180 do Código Penal. Esse crime pode ser doloso, quando o autor tem ciência de que está com o bem advindo de atos criminosos, ou culposo, quando ele não sabe do crime. As penas são, respectivamente, até quatro anos de prisão e até um ano de prisão. Independente da falta ou presença de dolo, ele pode responder criminalmente.

O delegado titular da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos), Ricardo Bernadinelli, explica que a prevenção e desconfiança são as melhores aliadas de quem compra veículos em redes sociais e plataformas de venda ou até de quem recebe veículos de terceiros.

“Muitas pessoas fecham o negócio sem ver o bem antes, sem realmente fazer a vistoria no local. Então, você tem que ver realmente aquele bem, checar a documentação, ver a procedência, a identificação de quem está vendendo. Não é nenhum crime você solicitar um documento com foto para a pessoa que vende um produto”.

O familiar reforçou que o primo é muito assíduo com o trabalho. O jovem faz entregas de cestas básicas e está sem o veículo, tendo que recorrer apenas à bicicleta para trabalhar. “A moto que ele comprou, ele não sabia que era furtada. Ele não puxou a documentação, não sabia que a moto não tinha documento, que não estava legalizada. Ele comprou para trabalhar”, afirma.

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