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Polícia

PM atirou no pé de criança de 12 anos em Nova Andradina: ‘Estamos com medo’, diz mãe

Adolescente pode perder movimento do tornozelo
Da Redação -
Adolescente passou por cirurgia e já recebeu alta

Assustada e com medo. Assim está a mãe do menino de 12 anos de idade que levou um tiro disparado por um policial militar em , a 297 quilômetros de , no dia 1º. O garoto pode perder os movimentos do tornozelo, segundo informação dos médicos passada aos pais. 

O Jornal Midiamax não revelará o nome da mãe e nem do adolescente para preservar a identidade da vítima, como preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). No entanto, a idade se tornou um detalhe importante e muda a forma como até colegas do policial encaram o episódio.

“Uma coisa é lidar com um adolescente de 17 anos. Tem uns cavalos que já podem ter passagem e são perigosos pra gente na abordagem. Agora, disparar no pé de um menino de 12 anos é indício de um descontrole emocional severo ou uma c*gada operacional sem tamanho”, analisa PM com experiência no policiamento escolar.

Policial ainda teria mentido à família que era bala de borracha

Segundo a mãe do menino, ela e o marido, pai do adolescente, já estavam deitados quando o avô do garoto ligou avisando o que havia acontecido. “Saímos desesperados correndo para o hospital”, disse a mulher. Quando a família chegou ao hospital, foi informada por um dos policiais que participou da abordagem que o garoto teria sido ferido ‘com bala de borracha’.

Era mentira. O projétil foi disparado pelo policial de uma arma da carga da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. No entanto, sequer os detalhes sobre a arma usada não constam nos registros policiais. Os BOs, registrados pelos próprios policiais, colocam o garoto de 12 anos de idade, além de vítima como adolescente infrator.

Além disso, a mãe conta que os policiais não quiseram sequer dar detalhes. Foi o médico da unidade de saúde que confirmou para a mãe que o filho dela estava ferido com projétil de arma de fogo, e não bala de borracha.

Ainda segundo a mulher, os médicos disseram que o garoto pode perder os movimentos do tornozelo. Ele recebeu alta nesta quinta-feira (4), e está em casa.

Para ela, o filho contou que estava com outros amigos andando de bicicleta quando a viatura da PM passou por eles, os meninos dizem que seguiram com o passeio. Nisso, a viatura policial passou novamente e parou em uma esquina da avenida.

‘Levou a mão à cintura’: explicação manjada no BO

Quando os meninos se aproximaram, os policiais teriam mandado eles embora e chamado o grupo de ‘vagabundos’, segundo conta a família. Na versão da polícia, os policiais disseram que os garotos estavam em ‘atitude suspeita, como se fossem praticar furtos em lojas’.

Mas, não detalharam objetivamente o que seria ‘estar como se fossem praticar furtos’. Os policiais não usavam câmeras corporais no momento. Nem se deram ao trabalho de reunir imagens de câmeras particulares próximas ao local da abordagem desastrada.

Mesmo assim, em tom de ‘justificativa’ para atirar contra um menino de 12 anos desarmado, os policiais sustentam que quando deram ordem de parada aos adolescentes, teriam sido xingados de ‘vagabundos’ pelos garotos.

Segundo a mãe do menino, ele relatou que levou o tiro logo depois de retrucar ao policial dizendo que não era ‘vagabundo’. Ainda de acordo ela, logo após o disparo, o policial pegou o celular do filho.

Já na versão registrada pela própria guarnição, o policial teria atirado contra o menino de 12 anos de idade quando ele teria supostamente colocado a mão na cintura.

A explicação é um ‘clássico’ para justificar disparos em abordagens porque defende que o policial atira ao suspeitar que o movimento da mão seria para sacar uma arma, por exemplo.

Desta vez não foi diferente. Segundo o relato do policial que atirou no menino de 12 anos de idade, ele achou que o garoto estaria armado, mas só depois de acertar constatou que era um celular.

“Por que não levaram para a delegacia ou para casa?”, questiona a mãe do adolescente. “Para que atirar?”, completa. Ainda segundo a mãe do adolescente, ele terá de fazer acompanhamento psicológico, já que está traumatizado.

A família procurou o Ministério Público para pedir providências e o policial que fez o disparo foi afastado das ruas e colocado para fazer serviços administrativos. 

Corregedoria vai apurar

Segundo a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) informou na tarde de quarta (3), “o policial foi realocado para funções administrativas internas até que o procedimento administrativo seja concluído”.

Ainda de acordo com a corporação, um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado na Corregedoria-Geral da PMMS para investigar a conduta do policial.

O disparo aconteceu durante uma abordagem policial do 8º BPM (Batalhão da Polícia Militar) na cidade a 298 quilômetros de Campo Grande.

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