Dalsin do PCC, morto ao tentar roubar carro da mulher, tinha 18 passagens e foi alvo do Gaeco contra a facção

‘Dalsin do PCC’ controlava as atividades da organização no Estado

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(Reprodução processo)

Aderso Pereira Rodrigues Júnior, conhecido como ‘Dalsin do PCC’ ou ‘Pietro’, morto em confronto com policiais do Batalhão de Choque, nesta segunda-feira (25), em Campo Grande, foi alvo de uma operação do Gaeco, em 2019, contra a organização criminosa. Aderso rinha 18 passagens pela polícia.

‘Dalsin do PCC’ estava preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e dentro do presídio controlava as atividades da facção criminosa. Foram 49 membros identificados e denunciados. Seis denúncias foram apresentadas pelo Gaeco. 

“A cúpula do PCC no Estado de Mato Grosso do Sul é formada pelo núcleo denominado RESUMO, composto por integrantes do alto escalão da facção, que têm como função supervisionar e definir os rumos da atuação da organização criminosa neste Estado, adequando-a aos interesses e determinações da Sintonia Geral Final, ou seja, da liderança nacional.Com vistas a dividir responsabilidades, o RESUMOramifica-se em RESUMO DISCIPLINAR (controle da disciplina).”, dizia parte da denúncia.

A denúncia ainda trazia que Aderso havia atuado em dois núcleos de liderança da  facção. “Mais, infere-se que, enquanto integrante do Primeiro Comando da Capital, ADERSO PEREIRA RODRIGUES JÚNIOR atuou nos núcleos “GERAL DO SISTEMA” e “GERAL DO ESTADO”, ocupando,portanto, papel de liderança sobre os faccionados que estavam presos e controlando as atividades da organização no âmbito estadual.”, diz.

Em conversas interceptadas durante a investigação, foi descoberto que ‘Dalsin do PCC’ seria elevado de cargo ocupando um posto em que controlaria as atividades do PCC no Estado. “Como se vê, além de ter revelado seus dados pessoais, ADERSO PEREIRA RODRIGUES JÚNIOR mencionou as posições de liderança que ocupara no PCC, bem como que passaria a integrar o núcleo GERAL DAS COLÔNIAS, o qual é responsável por liderar e controlar os membros do PCC que se encontram em regime semiaberto.”.

‘Dalsin do PCC’ tinha passagens por tentativa de homicídio, receptação, porte ilegal de arma, lesão corporal dolosa, roubo e roubo com restrição da liberdade da vítima. Aderso havia recebido alvará de soltura no dia 28 de junho deste ano.

Confronto com a PM

Dalsin, conforme o registro policial, roubou o carro da esposa, fez disparos em via pública e, durante a abordagem fez ameaças e atirou contra a guarnição.

Ele teria dito: “não entra não, se não vai levar!!!”, ” vou furar vocês na bala”, antes de atirar contra os PMs e ser morto. Consta no boletim de ocorrência que, neste domingo (24), Dalsin, a bordo de um Fiat Argo e armado com uma pistola “rajada”, estaria fazendo disparos em via pública próximo a uma conveniência na região da Avenida Guaicurus.

Já nesta segunda (25), a polícia encontrou a responsável pelo Fiat Argo, no caso, a esposa de Dalsin. Ela relatou que ele estava muito exaltado devido a discussões e uso de drogas. E, no momento dos disparos, ela estava com ele e com a filha de colo no carro.

O autor não a deixava ir embora, até que, por volta das 20hs deste domingo, chegaram em casa e foram dormir. Porém, por volta das 6hs da manhã ela saiu de casa, não retornou e também não acionou a polícia por medo dele.

Os policiais então foram até a casa, no Jardim Los Angeles. Lá, os agentes o visualizaram na entrada do portão de elevação que estava aberto. Foi então feita a verbalização para a abordagem, quando ele abaixou rapidamente o portão de elevação e correu para o interior do local.

Os policiais desembarcaram, levantaram o portão e viram Dalsin correndo para dentro da casa e gritando: “não entra não, se não vai levar!!!”, ” vou furar vocês na bala”.

Os policiais militares então foram até a entrada da residência, fizeram o rompimento da porta, que, quando abriu, houve um disparo de dentro da residência em direção à guarnição. Quando os policiais entraram, segundo a PM, ocorreu outro disparo feito por ‘Dalsin do PCC’. 

Foram então efetuados dois disparos contra o autor que chegou a ser socorrido e veio a óbito. Com ele foi apreendida uma pistola Canik, 9mm, numeração raspada, municiada com 16 munições. 

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