Caso Sophia: Juiz autoriza transmissão ao vivo no 2º dia de julgamento

Christian Campoçano, padrasto acusado de abusar e matar de Sophia, deve ser ouvido primeiro nesta manhã (5)

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Mãe e padrasto de Sophia durante julgamento pela morte da menina – (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos autorizou a transmissão ao vivo do segundo dia de julgamento popular de Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, acusados de matar a pequena Sophia Jesus Ocampo, em janeiro de 2023. O primeiro dia, que encerrou com o depoimento de Stephanie, mãe da menina, não foi transmitido ao público, para evitar a exposição da criança.

“Decido REVOGAR a mencionada decisão de fls. 4408-10. na parte que proibia a transmissão ao vivo ou em tempo real pela imprensa ou qualquer outro meio de comunicação”, diz trecho do despacho.

A decisão assinada por Aluízio Pereira considera a possibilidade de que fotos e imagens íntimas da vítima serem exibidas diretamente no notebook dos jurados, e não necessariamente no telão do Plenário. Também menciona liberdade da imprensa e cita outros julgamentos emblemático de casos que tiveram crianças como vítimas.

Nesta quinta-feira (5), Christian deve depor. Ele é acusado de estuprar e abusar da enteada, a pequena Sophia. Após o depoimento dele, serão os debates entre defesa e acusação e por fim o Conselho de Sentença irá determinar pela culpabilidade ou inocência dos réus.

Relembre o 1º dia

O primeiro dia de julgamento sobre a morte da pequena Sophia OCampo, de 2 anos, teve pouco mais de 12 horas de depoimentos que revelaram espancamentos, torturas, xingamentos e até estupro contra a menina. O primeiro dia terminou com o depoimento de Stephanie de Jesus, mãe de Sophia.

O júri começou com atraso já que as defesas de Stephanie de Jesus e Christian Campoçano tentaram ‘artimanhas’ para o atraso do julgamento. A defesa da mãe de Sophia queria que ela fosse julgada em separado de Christian.

Para o julgamento foram selecionados quatro homens e três mulheres. No primeiro dia foram ouvidos um dos investigadores que atendeu no caso na época. Em seu depoimento, o policial revelou que Christian chegou a dormir no banco da viatura ao ser preso pelo crime, “Nunca vi isso.”, disse o investigador.

Também foram ouvidas amigas de Stephanie que afirmaram que ela mantinha a casa até vendendo bolos para fora porque Christian não trabalhava. Ela ainda falou, ‘A Stephanie que conhecia não deixaria isso acontecer.”.

Mas o depoimento do médico legista no fim da manhã de quarta (4), foi chocante. O médico falou sobre o fato de Sophia ter sido abusada pelo menos 21 dias antes do crime e que a cabeça da criança quase girava 360º. Isso se deve ao fato de ela ter sido agredida com muita violência.

Logo à tarde prestaram depoimento um psicólogo que atendeu Stephanie e relatou que em três sessões por videoconferência a diagnosticou com síndrome de Estocolmo. Um amigo de Christian também prestou depoimento e disse ter ouvido que ele seria o culpado da morte de Sophia.

A mãe de Christian também falou, assim como uma das médicas que atenderam a menina na unidade de saúde. Mas a noite terminou por volta das 20 horas com um depoimento de 2 horas de Stephanie de Jesus.

“Pedófilo, psicopata, manipulador, um monstro, eu não fazia ideia disso”, disse Stephanie em seu depoimentos. Stephanie chorou e negou a acusação de que teria agredido e sufocado a filha, alegando que o padrasto de Sophia foi quem se envolveu em uma briga com o marido da mulher. “Ela (sogra) é uma mentirosa, porque nesse dia o Christian que fez isso, ele e o pai dele começaram a ‘rolar’ na sala. O pai do Christian pegou uma faca e derrubou o portão para tentar matar ele. Ela é uma mentirosa para tentar defender o próprio filho”, disse.

Assassinato de Sophia

Sophia morreu em janeiro de 2023, após passar por várias internações. Assim, as investigações mostraram que a mãe levou a menina até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.

Além disso, a polícia identificou indícios de estupro na vítima. Ainda durante as investigações, uma testemunha contou que após receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.

Também uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe dizer que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.

Essa versão é contestada pelo médico legista, que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha.

Por fim, a autópsia apontou que Sophia pode ter agonizando por até seis horas antes de morrer. Após o início das investigações, a polícia prendeu o padrasto e a mãe da menina. Eles seguem presos.

Sophia foi torturada e morta aos 2 anos. (Reprodução, Redes Sociais)

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